Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Nova geração de colecionadores amplia foco para design moderno

Estoque de obras raríssimas e cobiçadas já está quase esgotado

SILAS MARTÍ ENVIADO ESPECIAL A MAASTRICHT (HOLANDA)

Um vício cada vez mais forte atinge os colecionadores na Tefaf, maior feira de arte clássica e antiguidades da Europa. O evento, que termina amanhã, em Maastricht, criou até uma série de debates para entender o assunto.

No caso, tenta destrinchar o fenômeno dos viciados em design moderno, em especial peças raras do século 20. Desde que uma poltrona da irlandesa Eileen Gray foi leiloada há cinco anos por R$ 72,9 milhões, maior preço já pago por uma peça de design, esse mercado não parou de crescer.

"Há uma nova geração de colecionadores com um olhar diferente para o design moderno", diz o crítico britânico Ian Phillips. "Estão prontos para gastar muito dinheiro em peças excepcionais e exigem que estejam em condições excelentes."

Mas com o estoque de obras raríssimas e cobiçadas já quase esgotado, o foco vem se ampliando para abraçar uma segunda leva de autores de cenários consagrados, como Itália e Estados Unidos.

Perdem espaço americanos já famosos, como Charles e Ray Eames, e ganham atenção nomes como George Nakashima, Paul Evans, Vladimir Kagan e Edward Wormley, que despontaram nos anos 1950 e 1960.

Eles criaram obras menos racionalistas e mais artesanais, o que reflete outra tendência, de alta para cerâmica e tapeçarias raras.

Enquanto isso, o design francês segue em alta. Num dos estandes da feira, havia só peças de Pierre Jeanneret, um dos maiores nomes do design moderno do país, criadas por encomenda do mestre modernista Le Corbusier para mobiliar os prédios de Chandigarh, na Índia.

Na cidade planejada nos anos 1950, os móveis obedeciam à lógica racional dos prédios de concreto armado. É o caso de uma mesa de conferências de Jeanneret vendida na feira por R$ 960 mil.

Esse mobiliário de traçado simples que marcou o auge do design francês tem forte semelhança com os mestres brasileiros. Nomes como Oscar Niemeyer e Lina Bo Bardi também estão no time de algumas casas na Tefaf, como Downtown e Eric Philippe.

"Peças simples, de linhas modernas, chamam a atenção e são grande influência no design ainda hoje", diz a galerista francesa Léonore Phillipe. "As pessoas ainda estão muito apegadas ao período moderno, mas isso se mistura agora ao interesse por design contemporâneo."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página