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Casé volta ao cinema e abre a temporada nova do 'Esquenta'

Atriz faz uma babá nordestina no filme 'Que Horas Ela Volta?', de Anna Muylaert, com estreia prevista para 2015

Apresentadora também passou meses gravando programa que comanda na Globo e que vai ao ar domingo com novidade

CHICO FELITTI DE SÃO PAULO

"Não, a Regina é carioca? Nada, ela é do Ceará, perto do Crato, onde mora minha família", diz o motorista ao entrar na rua privada no bairro do Morumbi onde acontece a filmagem de "Que Horas Ela Volta?", o novo filme de Anna Muylaert, diretora de "Durval Discos" (2002).

A Regina em questão é a Casé, nascida em Botafogo há 60 anos e protagonista do longa. Mas não há quem diga que seja carioca ou que tenha nascido em 1954.

"Tenho essa cara de pobre, não vou nunca ser a Beatriz Segall. Mas posso ser um monte de pobre diferente", diz Casé, que interpreta Val, uma babá nordestina com duas décadas de São Paulo.

Enquanto Val não ousa sentar-se à mesa com a família, sua filha, recém-chegada de Pernambuco para prestar vestibular, acaba na piscina com o patrãozinho.

A trama, que deve estrear em 2015, explora a diferença de visão de mãe (vê o mundo da área de serviço) e filha.

Uma ideia que nasceu há 17 anos, com um filho da diretora. "Tive um filho, mas não uma babá", diz Muylaert, que se fascinou pelo mercado de cuidadoras de filhos.

O filme mudou "completamente" na última década, dizem protagonista e diretora. Foi a ascensão da tal da classe C. "Eu, Regina, passo a ser mais útil como antropóloga descalça, com a convivência com essas pessoas."

Está no conhecimento da classe o seu trunfo, acredita. "Sou um tipo de atriz que está sempre muito presente. Só faço um personagem, como ele. Sempre te convidam para fazer coisas parecidas com o que já viram você fazendo."

MULHER DO POVO

O papel único, no caso de Casé, é o de mulher do povo, seja ela urbana ou rural. "Acumulei essa bagagem em 30, 40 anos viajando pelo Brasil. São jeitos e gestos que coleciono e fico esperando para escoar."

Ela espera desde 2000, quando fez "Eu, Tu, Eles", de Andrucha Waddington, para atuar no cinema.

Mas em uma cena pôde escoar centenas deles. Muylaert a deixou por 15 minutos arrumando seus pertences no quartinho de empregada.

"Nem eu planejei o que ia falar. Falei que ela ganhava da patroa muita nécessaire de classe executiva de avião."

O improviso pode ter tido um tanto de autocrítica. "Todo mundo vai ficar com vergonha ao ver esse filme", projeta. Ela inclusive? "Sim! Eu devo ter dado muita nécessaire da classe executiva."

Nos últimos tempos, não tem viajado nada. Gravou por 14 meses o dominical "Esquenta!", da Globo, que fora planejado para durar três.

No dia seguinte à última gravação do musical (leia mais nesta página), ela conta que conseguiu adotar seu novo filho. "Na hora de virar avó, virei mãe."

Três dias depois, começou a filmar "Made in China", do marido Estevão Ciavatta, em que interpreta uma vendedora do Saara, região popular de comércio no Rio.

Passou as festas em casa e, logo no começo do ano, migrou para São Paulo. Acostumada a passar verões na Ilha Grande (RJ) ou no litoral baiano, ela ficou quase um mês na cidade, filmando. "Tem um monte de coisa pra fazer, mas acabo não fazendo nada, é working class'. Acordo às cinco e meia da manhã, trabalho e volto para dormir. Nasci para trabalhar."


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