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Crítica artes visuais

Mostra incorpora visitantes a obsessões e obras radicais

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

"Trabalho, doença, trabalho, doença --esta condição ocorre continuamente sem fim", escreveu a artista japonesa Yayoi Kusama ao crítico inglês Herbert Read em 1964. A carta é um dos documentos exibidos na mostra "Obsessão Infinita", que faz uma retrospectiva da carreira da artista em cerca de cem obras.

O trecho acima é representativo para a compreensão da obra de Kusama, 85, que desde os anos 70 internou-se em uma clínica psiquiátrica, onde dorme e passa os dias a trabalhar de forma ininterrupta.

Sem recair no drama pessoal, a mostra dá ênfase à produção da artista e apresenta três momentos significativos de sua obra: as pinturas dos anos 50 e primeiras esculturas moles da década seguinte; a radicalidade de sua ação em Nova York nos anos 60/70; e sua produção mais recente, a partir dos anos 90.

Organizada cronologicamente, a mostra traz na primeira sala um conjunto de pinturas realizadas no início de sua carreira, nas quais se percebe como as bolinhas, sua principal marca, já estão presentes naquele período.

Contudo, o maior mérito da mostra é apresentar as obras radicais, que apontam Kusama como precursora de vários procedimentos contemporâneos, como as instalações que dependem da participação do público.

É o caso da "Sala dos Espelhos do Infinito "" Campo de Falos (Ou Entretenimento)", de 1965, na segunda sala da mostra, sobre seu período em Nova York.

É ali que está o cerne da exposição em dezenas de documentos que explicitam o caráter multifacetado da artista, que trabalhou com performance, moda, cinema e design na cena underground.

Na terceira sala, estão suas recentes pinturas e duas instalações absolutamente sedutoras, especialmente a "Sala Espelhada ao Infinito "" Cheia de Brilho da Vida". Nela, Kusama chega ao auge de sua carreira, levando o visitante a ser incorporado em sua obsessão infinita.

YAYOI KUSAMA - OBSESSÃO INFINITA
QUANDO começa nesta quarta (21), para convidados; de ter. a dom., das 11h às 20h; até 27/7
ONDE Instituto Tomie Ohtake, av. Faria Lima, 201, tel. (11) 2245-1900
QUANTO grátis
AVALIAÇÃO ótimo


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