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Crítica serial

LUCIANA COELHO coelho.l@uol.com.br

'Orange...' volta com menos sexo e mais amor

Segundo ano de série sobre prisão feminina mostra elenco afinado e histórias mais bem construídas

EXISTE AMOR na prisão. E segundas chances são válidas, ao menos para "Orange Is The New Black".

Depois de uma primeira temporada mediana, é assim que retorna a dramédia sobre a história (real) de uma mocinha-classe-média-alta às voltas com a vida na cadeia após ser denunciada por transportar drogas, obra da ex-namorada-traficante.

A segunda leva de 13 episódios foi colocada no ar pelo serviço de TV sob demanda Netflix na último dia 6.

Há menos sexo e mais amor; o enredo está mais bem amarrado; e personagens antes rasos ganham dimensão e verossimilhança, a começar pela até então insossa protagonista Piper (Taylor Schilling) e incluindo a parte masculina do elenco, que deixa de ser bidimensional para ganhar seus próprios conflitos.

O impulso vem sobretudo da chegada de uma nova vilã, Vee (Lorraine Toussant, excelente em meter medo só com o olhar), na prisão feminina de Litchfield.

Egressa do passado de Tasytee (Danielle Brooks, alçada a coprotagonista) e inimiga antiga da russa Red (Kate Mulgrew), ela vai disputar o controle do contrabando na penitenciária, corroer amizades, demarcar territórios e operar uma mudança em Suzanne "Olhos Loucos" Warren, vivida por Uzo Aduba.

A temporada, aliás, é de Aduba. Da doidinha apaixonada por Piper ela se transforma em leão de chácara hiperleal a Vee, que capta seu déficit de autoconfiança e de figura materna para manipulá-la. (O vídeo em que a atriz de ascendência nigeriana interpreta outras personagens da série, circulando na internet, é imperdível.)

A narrativa recomeça com Piper transferida para outra penitenciária após seu confronto final com a caipira Pennsatucky (Taryn Manning), sem saber se a inimiga está viva ou morta. Lá, reencontra sua ex, Alex (Laura Prepon), com quem será levada a julgamento.

A relação das duas cresce ao mesmo passo em que o noivo de Piper, Larry (Jason Biggs), cada vez mais de escanteio, passa a protagonizar sua própria história.

Reviravoltas do (des)amor --seja romântico, de amizade ou paternal/maternal-- também aguardam Pennsatucky, Red, o conselheiro homofóbico Healy (Michael Harney), o casal Daya e Bennet (Dascha Polanco e Matt McGorry), o guarda tarado "Pornstach" Mendez (Pablo Schreiber) e até a diretora Figueroa (Alysia Reiner).

Embora o enredo da prisão tenha ganho gramatura, os flashbacks da vida das detentas são mantidos, e Taystee, a revoltada Poussey (Samira Wiley), a freira Jane (Beth Fowler) e, especialmente, a sonhadora Morello (Yael Stone) e Rosa (Barbara Rosemblat), uma paciente de câncer que era quase figurante, rendem ótimas histórias.

A atração, que com a série "House of Cards" tornou o Netflix um ator de peso na produção dramatúrgica nos Estados Unidos, já começou a filmar sua terceira temporada, ainda sem data de estreia.


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