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Televisão

Onda de 'talk shows' chega à internet

Rede exibe as primeiras temporadas de dois programas de entrevistas com tom humorístico e produção barata

Videomaker Rafucko investe em convidados de esquerda e Maurício Meirelles faz perguntas em ponto de ônibus

ISABELLE MOREIRA LIMA DE SÃO PAULO

As produções são de baixíssimo orçamento, mas alguns elementos clássicos de um legítimo "talk show" estão lá, como o apresentador que conta piadas e a bebidinha na caneca (ou num copo americano). Já no lugar da banda pode aparecer um tecladinho sem-vergonha.

Os programas "Tosco Show" e "Talk Show do Rafucko", improvisados, inauguram suas primeiras temporadas na web seguindo os passos de seus congêneres da TV aberta "Programa do Jô" (Globo), "The Noite" (SBT) e "Agora é Tarde" (Band).

Só que o esquema de produção é bem diferente. O comediante Maurício Meirelles, 30, que comanda o "Tosco Show", diz que "o custo do programa é zero' e o ganho também".

Já o ativista e videomaker Rafael Puetter, 28, o Rafucko, fez uma campanha na internet para arrecadar R$ 50 mil, renovar seus equipamentos e produzir dez episódios.

Os dois programas são exibidos em canais no YouTube, com novos episódios disponibilizados semanalmente.

POLÍTICA

A proposta de Rafucko ao desenvolver seu programa era fazer "o primeiro talk show' de esquerda do país".

"Já tinha parodiado telejornal e novela, e vi que o talk show' poderia ser uma opção, aproveitando que esses programas estão mais à direita na TV convencional", diz.

Para isso, ele afirma ter pensado num elenco de entrevistados inspiradores.

Entre eles estão o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), para quem já fez campanha e com quem ensaia um flerte na entrevista, e o comediante e colunista da Folha Gregorio Duvivier, que foi interrogado em um confessionário, com o apresentador vestido de padre.

É comum também que Rafucko use seus convidados em esquetes malucões.

Com boina vermelha e uniforme verde à la Hugo Chávez, Freixo "treinou" uma patricinha sem noção --interpretada pelo videomaker-- em "Um Dia de Esquerda".

Com uma pegada bem menos política, Mauricio Meirelles faz seu "Tosco Show" em pontos de ônibus de São Paulo. Fã do apresentador norte-americano Jimmy Fallon e sem esperança de ter um programa de entrevistas na TV, o humorista, que também é repórter do "CQC", da Band, se jogou na internet.

TOSQUEIRA

O cenário é feito com cartolinas, uma banqueta e seu tecladinho, em que ele arrisca clássicos da música pop. Já gravou oito programas.

"Não tem roteiro. Espero alguém sentar e, se a pessoa parecer interessante, começo", conta. E por que o ponto de ônibus? "É o lugar em que as pessoas estão mais entediadas e prontas para conversar."

As perguntas de Meirelles vão desde "O que é Deus para você?" a "Como você gostaria de morrer?".

Terminada a sessão, entra o quadro "Para quem você tira o papel", em que o humorista oferece um saco cheio de papeis dobrados com nomes históricos.

A ideia é fazer com que os entrevistados deem sua opinião sobre eles, mas nem sempre dá certo.

"Hitler? Americano, né?", ouviu de um entrevistado.


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