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Crítica - Drama

Ficção e imaginação se provocam em longa agradável e inteligente

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

Em "O Enigma Chinês", o escritor Xavier (Romain Duris) diz que a vida é traçar uma linha que vai de A a B. Ele, no entanto, tem dificuldade de chegar ao ponto B. De modo um pouco diferente, o argentino Borges escreveu que do ponto A ao ponto B pode existir um labirinto.

É desse labirinto que tratará o filme de Cédric Klapisch. Xavier é um escritor e tem dois filhos com Wendy (Kelly Reilly), que decide deixá-lo, casar com outro homem e morar em Nova York. Xavier decide segui-la.

Isabelle (Cécile de France), sua amiga homossexual, o acolherá e tentará ajudá-lo a adaptar-se aos conflitos que se anunciam com Wendy. Mais: lhe pedirá que forneça esperma para que se torne mãe.

Ju, a amante de Isabelle, é quem conseguirá um imóvel para Xavier em Chinatown. É lá que ele receberá a visita de Martine (Audrey Tautou), sua ex-namorada, que vai a NY discutir negócios com empresários chineses. E à primeira vista parece que o namoro ainda não acabou 100%.

Já existe aí material para um bom labirinto, com Xavier entrando como uma espécie de joguete entre as três mulheres. Mas o real labirinto está no computador: Xavier é escritor e vive em contato com seu editor, que ora lhe cobra textos, ora o aconselha.

Com isso, Klapisch acrescenta às aventuras de seu filme um saudável tom de Alain Resnais, fazendo com que imaginação e ficção se provoquem, que os tempos se comuniquem, que o filme nos lance ora ao passado, ora ao presente.

Neste filme, que fecha a trilogia iniciada com "Albergue Espanhol" (2002), Klapisch exemplifica bem com seu agradável e inteligente "Enigma" o trajeto de uma geração de cineastas que busca o encontro de caminhos originais para o cinema francês, sem, no entanto, renegar a herança da nouvelle vague.


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