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Análise

Aumento de produções reafirma potencial da coreografia

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Primeiro no Rio e agora em São Paulo, num musical de resto pouco inventivo sobre Elis Regina, um quadro reafirma o potencial da coreografia para o teatro.

Nele, Danilo Timm homenageia o bailarino e coreógrafo nova-iorquino Lennie Dale (1934-1994), fundamental para os musicais dos anos 60 e 70, cabarés e shows inclusive. Com poucos movimentos, o ator, que nem sequer é bailarino, rouba a cena.

O produtor e crítico Zuza Homem de Mello conta em suas memórias que Dale veio em 1960 para uma revista de Carlos Machado, "Elas Atacam pelo Telefone", e ficou.

Tirou a música popular do "banquinho e violão" com elementos da Broadway, não só de dança, mas andamento musical, iluminação e até a simples rotina profissional de ensaios.

Ajudou depois a criar uma companhia lendária e influente de musicais "drag", Dzi Croquettes.

Dale se estabeleceu no Rio três anos depois de atuar em "West Side Story", dirigido pelo coreógrafo Jerome Robbins e considerado um marco na história dos musicais, por incorporar a dança à narrativa do espetáculo e ao desenho dos personagens.

Foi então que o gênero se tornou plenamente integrado, evitando elementos decorativos, acessórios.

No Brasil, com o renascimento dos musicais na última década e meia, retornaram também os ensinamentos de Dale. Diretores-coreógrafos ou com grande consciência da importância da dança, como José Possi Neto, estão na linha de frente de musicais brasileiros ou abrasileirados.

A montagem local de espetáculos de coreografia originalmente mais significativa, como o próprio "West Side Story", e dos posteriores "Chicago", este do diretor-coreógrafo Bob Fosse, um herdeiro de Robbins, e "Mamma Mia", também ajudou.

Mais importante, talvez: jovens intérpretes, até pelo número crescente de produções e de escolas de musicais, estão mais preparados, profissionais, como cobrava Dale.

Já não são algumas poucas estrelas isoladas, como Marília Pêra ou Cláudia Raia, ambas originalmente bailarinas, mas toda uma geração preparada para dançar, cantar, atuar, contar piada e o que mais vier.


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