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Autora usa história oculta dos EUA em 'O Trem dos Órfãos'

Livro da norte-americana Christina Baker Kline vendeu mais de 1 milhão de exemplares apenas em seu país

Romance parte de pesquisa sobre vagões que circulavam nos anos 1920 expondo crianças a interessados

FERNANDA REIS DE SÃO PAULO

Um fato pouco conhecido da história dos Estados Unidos inspirou Christina Baker Kline a escrever o livro "O Trem dos Órfãos", que, lançado em 2013 no país, aparece pela 22ª semana na lista de mais vendidos do jornal "The New York Times".

Há uma década, em uma visita a parentes, Kline descobriu que o avô de seu marido havia feito uma viagem em um trem de órfãos --que levava crianças sem pais pelos Estados Unidos para expô-las a famílias interessadas em levá-las para casa, muitas vezes com o objetivo de utilizar seu trabalho.

A escritora, que até então nunca havia ouvido falar nesses trens que circulavam pelo seu país nos anos 1920, resolveu pesquisar o assunto. Por três anos, visitou arquivos, museus e hospitais atrás de sobreviventes do trem.

"É uma história que estava escondida debaixo de nossos olhos", diz ela à Folha, por telefone. "Há muita informação sobre isso, só não está nos livros de história."

A história de Kline, lançada no Brasil agora pela editora Planeta, é passada em dois períodos diferentes: no presente, a adolescente Molly faz um trabalho comunitário ajudando a organizar o sótão de Vivian, uma mulher idosa.

Os capítulos alternam entre a história de Molly e a infância de Vivian, nos anos 1920. Nascida na Irlanda, ela perde os pais ao chegar aos Estados Unidos e é colocada no trem dos órfãos para encontrar uma família nova --passando por maus bocados.

Embora não seja um livro classificado como infantojuvenil, o best-seller, que vendeu mais de 1 milhão de exemplares só nos EUA, tem um quê de romance para adolescentes: trata da descoberta do primeiro amor, da dificuldade em ser aceito, de amizades duradouras e da busca por figuras maternas.

Segundo Kline, "quase tudo o que ocorre no livro realmente aconteceu na vida". Mas ressalta que se trata de um romance mesclando várias histórias ouvidas por ela durante entrevistas feitas com sete passageiros do trem --hoje com idades entre 95 e 105 anos--, que ajudaram na composição de personagens.

Fã de memórias e livros não ficcionais, a escritora hoje trabalha em outro romance inspirado em pesquisa.

"A base é a pintura Christina's World', do americano Andrew Wyeth (1917-2009)."

A obra mostra uma mulher com vestido rosa arrastando-se em um campo e uma casa acinzentada ao fundo.

"É uma figura misteriosa. Comecei a pesquisar a história e vi que tenho muito a dizer sobre ela."


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