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Transformismo é tema de filme do Festival de Paulínia

GUILHERME GENESTRETI DE SÃO PAULO

O filme "Castanha", de Davi Pretto, acompanha o cotidiano do ator João Carlos Castanha, transformista na faixa dos cinquenta que divide um pequeno apartamento com a mãe.

Durante o dia, Castanha usa boné e casaco de moletom. À noite, ele dá corpo a Maria Helena, drag queen debochada que circula pelas boates gays de Porto Alegre.

A produção é uma das nove que participam da mostra competitiva do Festival de Cinema de Paulínia. O evento começa no próximo dia 22 na cidade do interior paulista.

Esse é o primeiro longa-metragem dirigido pelo gaúcho Pretto, 26. Ele disputa com obras dos veteranos Domingos Oliveira ("Infância") e Lírio Ferreira ("Sangue Azul").

Apesar de ser enquadrado como ficção, o filme de Pretto esbarra no documentário ao registrar o cotidiano do protagonista. Castanha, nome do personagem e do ator, é transformista na vida real; as locações do filme são os lugares que frequenta.

Pretto diz que o filme, exibido no último Festival de Berlim, não levanta bandeiras nem entra na "onda drag", em voga na TV e na música. "Ficam batendo na tecla do transformismo como algo radical, quando é só outra opção. Com o filme, queria mostrar alguém que se reinventa."

Transformista há 32 anos, Castanha, 53, vê mudanças na maneira como as drags são tratadas hoje.

"A televisão diversificou os personagens. Não é mais só a bicha caricata tipo A Praça É Nossa", diz o ator.

Ele nota diferença entre seus companheiros de palco de outra geração: "O pessoal que faz o cômico, como eu, está sumindo. A gurizada hoje delira com salto alto, quer ter peito, bunda".

A sexta edição do festival está maior que a do ano passado e traz de volta a mostra de filmes estrangeiros.


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