Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Fenômeno da TV, travesti RuPaul inspira festas em SP
Baladas com desfiles e competições de drag queens ocupam clubes da cidade
Num sábado à noite, numa balada da rua Augusta, centro de São Paulo, drag queens e homens e mulheres que nem estão "montados" se estapeiam para entrar na lista de apresentações da noite. Em cima do palco, cada um dubla a música e bate o cabelo com toda a força na disputa pela atenção da plateia.
É o momento chamado "lip sync for your life" (duble por sua vida, em tradução livre), bordão da drag americana RuPaul que abre as eliminações de sua famosa competição de drag queens na televisão americana.
Na Cover Girl, festa paulistana que levou 500 pessoas ao clube Anexo B em sua primeira edição no fim de junho, a vencedora ganha R$ 500 para beber no bar da balada.
Essa é a mais nova de uma onda de festas inspiradas no fenômeno drag que vem surgindo na noite paulistana.
De certa forma, as baladas refletem agora uma tendência que vem dominando a moda, as artes visuais, a televisão e o cinema --a entrada das drags para o mainstream.
"Essa libertação drag já existe desde o início do milênio nos Estados Unidos e chegou agora ao Brasil", diz Yheureit Kalil, criador e drag que apresenta a Cover Girl.
"É uma festa legal porque põe a drag no palco, e isso é uma necessidade para elas, que precisam aparecer."
Uma das baladas pioneiras do gênero foi a Recalque, que há dois meses trouxe a drag Jujubee, ex-participante do programa de RuPaul, ao Cine Joia, em São Paulo. Em setembro, a mesma festa terá Manila Luzon no palco, mais uma estrela do reality show.
Há ainda a Estravaganza, festa itinerante que rola no centro da cidade, e outras duas festas em Pinheiros, na zona oeste da cidade, a Katwalk, na Bubu Lounge, e a Drag's Got Talent, no clube Confraria NossaCasa.
"Esses encontros se transformam em um desfile de beleza onde todos podem ser o que quiser", diz Gustavo Steffen, que criou a Drag's Got Talent há um ano. "Drags são uma arte ambulante."
