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Tenho orgulho de ser brasileiro, diz Szot
Carreira de cantor lírico deu salto ao vencer prêmio por atuação no musical da Broadway "South Pacific", em 2008
"Finalmente temos uma voz masculina brasileira nesse teatro maravilhoso", diz ele sobre o Met de Nova York
O último papel de ópera que Paulo Szot interpretou em São Paulo foi o de Fígaro, em "As Bodas de Fígaro", de Mozart, em 2006. No ano seguinte, fez sua derradeira aparição na cidade como solista do "Réquiem", de Gabriel Fauré, no Municipal.
De lá para cá, sua carreira deu um salto. E o estouro internacional deveu-se à Broadway -sua atuação no musical "South Pacific" garantiu-lhe, em 2008, o Prêmio Tony de melhor ator, além de lhe abrir as portas do Metropolitan de Nova York.
Em 2010, ele estreou na casa nova-iorquina como protagonista de "O Nariz", de Chostakóvitch, inspirada no conto homônimo de Gógol, sob regência do mítico maestro russo Valery Gergiev.
Descendente de poloneses, Szot demonstrou familiaridade com o idioma de Chostakóvitch e vem fazendo sucesso no papel. Volta a cantá-lo na Ópera de Roma, em fevereiro do ano que vem, e no próprio Metropolitan, em outubro.
ORGULHO
Em abril deste ano, Szot interpretou Lescaut em uma badalada produção da ópera "Manon", de Jules Massenet, que teve a diva russa Anna Netrebko no papel-título.
A montagem do Metropolitan foi transmitida ao vivo para cinemas de vários países, mas não para o Brasil.
Antes dele, a soprano fluminense Bidu Sayão (1902-1999) atuou em várias transmissões radiofônicas do Met.
"Sempre digo que sou muito orgulhoso de vir do Brasil, e agora, depois da Bidu, finalmente temos uma voz masculina brasileira nesse teatro maravilhoso", diz Szot.
"Claro que cantar no Metropolitan, com todos esses monstros da música, é um sonho e uma grande felicidade, mas a responsabilidade também aumenta."
NARIZ E MORCEGO
Na próxima temporada do Met, além de "O Nariz", ele faz o papel de Falke em uma produção em inglês da opereta "O Morcego", de Johann Strauss 2º, em dezembro de 2013 e janeiro de 2014.
Em março do ano que vem, estreia em outro templo da ópera: no Scala, de Milão, Szot interpreta o papel-título de "Coração de Cachorro", do russo Aleksandr Raskátov, 59, baseada na novela homônima de Mikhail Bulgákov.
"Nessa ópera, como em 'O Nariz', a música é dificílima e bastante exigente, mas a história é uma delícia", comenta o artista.
No que tange aos musicais, ele não descarta uma nova temporada na Broadway. "Teria que encontrar um título que, como foi em 'South Pacific', se encaixasse com meu temperamento e estilo vocal", afirma. (IRINEU FRANCO PERPETUO)
PAULO SZOT
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 0/xx/11/3367-9500)
QUANTO de R$ 100 a R$ 300
CLASSIFICAÇÃO livre