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Soderbergh filma 'guerra contra depressão'
DO ENVIADO A BERLIMO diretor norte-americano Steven Soderbergh ("Traffic") havia anunciado no ano passado que "Terapia de Risco", exibido ontem na competição do Festival de Berlim, seria seu último filme.
Apesar de o cineasta já ter feito afirmações semelhantes no passado, ele agora já fala como diretor "aposentado" e diz que a saída de cena foi uma das razões para escolher o thriller hitchcockiano como seu canto do cisne.
"Eu queria me divertir nos últimos filmes. Nunca havia tentando fazer um suspense assim e vi a oportunidade de subverter o gênero", disse aos jornalistas.
Soderbergh exagera um pouco. Apesar de funcionar bem, "Terapia de Risco" não chega a virar de cabeça para baixo a fórmula do thriller.
Rooney Mara, em seu primeiro papel desde "Os Homens Que Não Amavam as Mulheres", brilha como uma garota que tem depressão intensa e começa a tratar-se com uma nova droga receitada por seu psiquiatra (Jude Law), remédio que pode tê-la induzido a matar o próprio marido (Channing Tatum).
"Na minha pesquisa, encontrei pacientes que tiveram a vida mudada por medicações certas. O problema é que temos a tendência de pegar atalhos", explica Jude Law.
"Há uma guerra contra a depressão nos Estados Unidos. A relação entre a indústria farmacêutica e os americanos é complicada, mas só aparece como pano de fundo do filme", diz Soderbergh.
"Há uma proliferação das drogais legais. As pessoas veem as propagandas de pílulas e acham que é uma solução simples."
(RS)