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Chilena cativou público com personagem libertária

DO ENVIADO A BERLIM

A atriz chilena Paulina García, 52, foi a única representante dos filmes da competição em Berlim a ser aplaudida de pé pelos jornalistas em sua primeira entrevista após a sessão de "Gloria".

Alguns dias depois, Paulina, conhecida em seu país por papéis na TV e no teatro, confirmou o favoritismo ao levar o Urso de Ouro de atriz na Berlinale pelo papel de uma divorciada que enfrenta de modo pouco ortodoxo a chegada da velhice.

Para o diretor Sebastián Lelio, "Gloria é Paulina".

"Quando aceitamos um papel, sempre é porque há algo em comum com a personagem", disse ela à Folha.

"Mas como Gloria foi escrita para mim, acho que é assim que Sebastián me vê."

BOSSA NOVA

Apesar da canção italiana "Gloria", de Umberto Tozzi, marcar o filme, "Águas de Março", de Tom Jobim, e "Lança Perfume", de Rita Lee e Roberto de Carvalho são parte importante da trilha.

"Adoro o mistério profundo de 'Águas de Março', mas preciso admitir que a seleção musical veio de Sebastián. Todas as músicas que estão no filme fizeram muito sucesso nos anos 1980 e representam esse período", explicou a atriz.

"Minha mãe ouvia muita música brasileira. Queria que o filme tivesse o balanço da bossa nova", contou Lelio.

PROCESSO DE FILMAGEM

Paulina García virou Gloria por seis semanas. Mas o processo começou um ano antes. "Não havia um roteiro no começo. Eu sabia que faria uma mulher da minha idade, divorciada e com vontade de viver. A partir daí, fomos fazendo juntos e ele me levou de mãos dadas à personagem", conta ela. "Não foi uma interpretação racional."

Gloria é uma mulher que representa a geração perdida chilena por causa dos anos de chumbo sob a sombra do ditador Augusto Pinochet (1915- 2006). Tenta recuperar o tempo perdido, enquanto seus filhos parecem inertes, preocupados em criar os filhos ou casar.

"Acho importante que o filme traga essa analogia política, mas ele não podia exagerar, senão perderíamos o foco", crê a atriz, que suportou uma carga de trabalho pesada com 11 horas diárias de filmagens ("O máximo permitido em meu país") e apenas 20 minutos de pausa para um almoço.

"Mesmo assim, o mais difícil foi fazer as cenas de nudez", diz a chilena. "Tinha uma grande preocupação em deixá-las autênticas. Sei que não correspondo a uma beleza padrão hollywoodiana, não sei como consegui." (RS)


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