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Mostra traz visão de artistas sobre icônica bolsa da grife Dior
Exposição dedicada a acessório que teve Lady Di como musa divulgadora chega a SP
As bolsas de grife, lucrativos troféus de status produzidos pelas grandes maisons de moda, são reconhecidas como objetos de desejo em toda parte do mundo.
Explorando o apelo dessas peças no imaginário, sobretudo feminino, a marca francesa Dior criou uma exposição, que chega hoje ao Instituto Tomie Ohtake.
A mostra "Lady Dior As Seen By", como diz o título, traz obras que expressam a visão de cineastas, fotógrafos e artistas plásticos-entre eles, David Lynch, Nan Goldin e Wen Fang- sobre o famoso modelo Lady Dior, criado em 1995, que teve a princesa Diana como musa divulgadora.
São Paulo recebe a exposição com timing estratégico: está prevista para esta semana a inauguração de uma loja-matriz da grife no shopping Cidade Jardim.
Na onda da conquista do mercado brasileiro, a exposição incorporou obras de três artistas locais: Tunga, Brígida Baltar e Laerte Ramos.
Selecionado por Erwann Le Gars, curador da mostra, o trabalho de Ramos, que já foi dono de grife, transformou a Lady Dior em cerâmica. "Desmontei a bolsa e fiz um molde de gesso que copia todos os detalhes: a textura do couro, o logotipo, e até a linha da costura", diz Ramos.
"Em minhas pesquisas anteriores como no caso dos 'antiderrapantes' [réplicas de tênis feitas de cerâmica], o hiper-realismo usando a cerâmica era o meu objetivo, e foi esse o caminho que eu segui neste projeto. Mas, neste caso, usando técnicas de esmaltação e pintura lembrando azulejos portugueses."
Para Ramos, a moda é um dos grandes temas da arte contemporânea. "Como a música e o cinema, influencia diretamente o cotidiano das pessoas", diz. "Forma grupos de interesse, de gosto, de cultivo e de consumo. Isso, para mim, é o mais importante."