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Imóveis

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Perspectiva é que a região mude de perfil

Construturas 'seguram' lançamentos de novos empreendimentos aguardando valorização ainda maior do bairro

Imóveis do segmento econômico subiram 75% nos três últimos anos; m² do terreno foi de R$ 300 a R$ 1.500

Quem pretende adquirir um imóvel em Itaquera deve levar em conta se o perfil do empreendimento está presente no bairro.

Se a busca é por um imóvel de dois dormitórios, de 50 m² a 60 m², com espaço de lazer no estilo de condomínios-clubes, terá opções. Mas, caso o comprador queira apartamentos de alto padrão com três ou mais quartos, Itaquera não é indicada.

A pespectiva, porém, é que isso mude. Segundo Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato de habitação), a região comporta lançamentos de padrão mais elevado. "Quem teve uma elevação social e quer ir em direção ao Tatuapé ou à Penha pode se fixar em Itaquera."

A gerente de marketing da construtora Atua, Fernanda Almeida, diz ter percebido um desenvolvimento na região, principalmente em razão do novo estádio. O foco do empreendimento Ello Home Club, a ser lançado até abril, é o morador que está apresentando crescimento na renda.

Cléber Lisboa, proprietário da construtora Calv, que deverá lançar um empreendimento até abril no distrito, afirma que o imóvel terá o mesmo padrão que outros que a incorporadora lançará em bairros mais valorizados, mas terá preço menor.

A administradora Suely Bruno, 54, diz que conheceu Itaquera em 2011. Com as obras, fechou a compra. "Não teria objeção alguma em morar lá, mas, como a valorização será grande, decidi comprar para investimento", diz ela, que é moradora do Butantã (zona oeste).

EM ESPERA

Apesar dos novos edifícios, parte das incorporadoras segura o momento de lançar empreendimentos.

A Kallas possui um terreno de 25 mil m² em frente ao futuro estádio e ao lado do shopping Itaquera e do metrô, mas, apesar da procura de outras construtoras pela área, não vende nem lança nada lá.

O motivo? A possibilidade de lançar um empreendimento por um preço mais elevado e de padrão mais alto, quando as obras no entorno ficarem prontas."Quanto mais demorar, mais valor vai agregar", diz Roberto Gerab, diretor-executivo da empresa.

Outra incorporadora, que atua no segmento de alto padrão na zona leste, estuda terrenos em Itaquera. A decisão sobre o que será lançado também ocorrerá somente após uma definição mais clara do perfil da região.

A perspectiva é que empreendimentos de padrão econômico, mais simples e com poucos itens de lazer, fiquem distantes das regiões com maior potencial de valorização -mais próximas do metrô, do estádio e do polo tecnológico previsto.

O motivo principal para isso é a elevação nos preços dos terrenos. Como empreendimentos para o público de baixa renda tendem a ser mais baratos, o preço alto pode inviabilizar a construção, pois em geral não é possível repassar os custos para consumidores.

De acordo com Marcelo Riformato, proprietário da construtora Riformato, era possível perceber que os preços dos terrenos subiam já na semana seguinte ao anúncio de que Itaquera seria o palco de abertura da Copa. "Passaram de R$ 200 para R$ 300 [o metro quadrado] e desde então só crescem. Agora custam de R$ 1.000 a R$ 1.500."

Fabio Cury, presidente da incorporadora Cury, que atua no segmento econômico, diz que nos últimos três anos os preços dos imóveis nessa categoria subiram 75% em Itaquera. Como comparação, a alta de todos os lançamentos na cidade de São Paulo de 2010 a 2012, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foi de 39,5%.

Atualmente, perto do estádio, proprietários ofertam imóveis usados da Cohab por até R$ 180 mil. "Com esse preço, ninguém vende. Mesmo assim, não abaixam, acreditando na valorização", diz Lilian Almeida, da imobiliária Renascer.


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