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Reajuste de preço requer cautela, sob o risco de perda de clientes

Segundo analistas, apesar da alta de custos, pode compensar assumir prejuízo em alguns produtos

Não conhecer bem as despesas também pode fazer empresa não conseguir pagar contas em meio à inflação alta

FILIPE OLIVEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em um momento de aumento de custos, empresários devem fazer contas e pesquisar antes de reajustar os preços para o consumidor.

O equilíbrio é delicado: enquanto um reajuste mal conduzido leva à perda de clientes, não conhecer bem os custos do negócio pode fazer com que a empresa não consiga pagar suas contas.

Em 2013, a taxa oficial de inflação subiu e ficou acima da meta estabelecida pelo governo, de 4,5% (com tolerância para dois pontos percentuais para cima ou para baixo). No acumulado dos últimos 12 meses até março, atingiu 6,59%.

O número indica que empresas estão comprando mais caro de seus fornecedores e, por isso, são estimuladas a aumentar os preços.

Mas, antes do repasse, é necessário um levantamento dos valores praticados no mercado e dos custos fixos da empresa.

Segundo Cláudio Gonçalves, economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, um aumento de preços feito sem observar a concorrência pode levar a perda de competitividade.

Para Gonçalves, aumentar os preços ficou mais difícil com o surgimento de novas tecnologias:

"Hoje o cliente pode chegar a uma loja e procurar no smartphone o mesmo produto que está na vitrine. Se o preço for muito diferente, você perde o cliente".

Maurício Galhardo, sócio da consultoria Praxis Business, diz que, em alguns casos, compensa até assumir prejuízo em um produto. A condição é que essa perda seja compensada com a atração de clientes para comprar outras mercadorias lucrativas.

Também é possível, diz Galhardo, trabalhar com preços mais altos que a concorrência, oferecendo outros diferenciais para atrair clientes.

Entre eles, o consultor destaca melhor atendimento ou entrega rápida:

"Pesquisar diferentes fornecedores e negociar melhores preços faz parte da estratégia básica para o empresário", diz o consultor do Sebrae-SP Salvador Cerrato.

MUDAR O MENU

Desde que inaugurou o restaurante Mangalô, há três anos, na zona sul de SP, Gustavo Gereissati, 32, fez duas alterações de preço --a mais recente no início de 2013.

Para saber a hora certa de mudar o cardápio, Gereissati diz fazer planilhas para analisar os custos quando sente aumento no valor pago na compra dos ingredientes.

Ele afirma perceber a inflação em seu dia a dia, especialmente nas carnes. Porém evita mudanças frequentes no preço, mesmo quando há elevação de custo sazonal, como peixe antes da Páscoa:

"A gente dá uma segurada. Cliente não absorve mudanças todo dia".

A artesã Loli Colpa, 50, que faz acessórios com material reciclado, diz que colocar o preço correto é a etapa mais difícil de seu trabalho.

"Tento chegar ao preço levando em conta o que pago no material e a hora trabalhada. Mas, como são muitas etapas de trabalho, fica difícil medir o tempo gasto."

Para solucionar a questão, Colpa diz visitar feiras para fazer comparações.


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