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Modernização do BNDES atrasa e encarece

Banco estatal levará mais de uma década para terminar novo sistema de informática e planejamento de dados

Iniciado em 2005, projeto deveria estar pronto em 2011; estouro no orçamento já supera os R$ 110 milhões

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

O BNDES levará mais de uma década para terminar um projeto de modernização de seus sistemas de informática e processamento de dados. O estouro no orçamento já supera os R$ 110 milhões.

No total, o Agir, como foi batizado, custará aos cofres públicos mais de R$ 280 milhões, 60% acima das projeções iniciais, que serviram como base para sua aprovação.

Iniciado em 2005, o projeto deveria ter sido finalizado no início de 2011, segundo o planejamento da diretoria do banco estatal exposto ao conselho de administração do BNDESPar, braço de investimento da instituição.

A estimativa considerava o tempo necessário para realizar as licitações, contratar as empresas e começar a executar os serviços.

A maior parte dos trabalhos, contudo, não foi finalizada e a previsão agora é que o projeto termine apenas em abril de 2016 --quase o dobro do tempo que havia sido estimado originalmente.

A morosidade na execução e o planejamento frouxo, que resultaram em revisões expressivas de gastos e prazos, contrastam com a importância institucional dada ao Agir, classificado pelo banco como um de seus "projetos corporativos estratégicos".

O BNDES selecionou até uma consultoria para auxiliar sua equipe técnica no desenho e na implantação do Agir. A Accenture foi contratada na fase inicial do projeto, em 2006. A empresa receberá R$ 76 milhões pelos serviços de apoio. A previsão inicial era desembolsar R$ 26 milhões com a consultoria.

DEBATE NO CONSELHO

O mérito dos gastos com o Agir chegou a ser debatido no conselho de administração do banco.

Em reunião do BNDESPar de fevereiro de 2007, o conselheiro Roberto Teixeira da Costa questionou a necessidade de desenvolver aplicativos de informática próprios, o que encareceria o projeto, diante da oferta de produtos prontos no mercado.

O então presidente do conselho, ex-ministro Miguel Jorge, e o vice-presidente, Luciano Coutinho (atual presidente do BNDES), defenderam o gasto diante da especificidade dos projetos do banco.

Segundo o banco estatal, o Agir é importante para dar agilidade aos seus processos de negócio, em especial os relacionados à concessão de crédito, que envolvem operações complexas e de longo prazo.

Uma das motivações para o projeto foi ainda a preocupação em aumentar o nível de segurança dos dados manejados pelo BNDES, segundo apurou a Folha com fontes da diretoria.

O banco afirmou, por meio de nota, que a estimativa inicial para os gastos com o Agir considerou "preços de lista informados pelos fornecedores consultados e estimativas internas preliminares, em um momento em que ainda não haviam sido detalhadas as especificações técnicas de cada uma das soluções".

Sobre os gastos com a consultoria Accenture, o BNDES afirma que "os desdobramentos do trabalho permitiram a identificação de novas demandas de serviço, o que resultou na celebração de um novo contrato".

Segundo o banco, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União não constataram irregularidades nos contratos do Agir.


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