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Curso em Wall Street chega a custar mais de US$ 1.000 ao dia

Aulas são para ampliar conhecimento de recém-formados que entram no mercado

Conhecimentos não aprendidos na faculdade são essenciais para desempenhar funções cotidianas no mercado

DO "NEW YORK TIMES"

Os formandos universitários recentes que conquistaram cobiçados empregos em Wall Street podem ter currículos impressionantes e referências invejadas.

Muitas vezes, porém, capacidades básicas como a criação de planilhas e a extração de informações em bancos de dados não fazem parte dos currículos universitários.

Quando milhões de dólares podem ser ganhos ou perdidos por um único cálculo, as empresas começam a considerar essencial que novos contratados saibam a diferença entre uma tabela dinâmica e uma linha de cabeçalho.

E é para isso que servem os cursos especializados de treinamento --com preços que ocasionalmente excedem os US$ 1.000 ao dia (cerca de R$ 2.200 na última sexta-feira)--, nos quais os aspirantes a senhores do universo podem aperfeiçoar suas técnicas de modelagem e análise financeira no Excel.

A cada ano, dezenas de milhares de alunos das melhores escolas de administração de empresas dos EUA e dezenas de novos contratados de companhias do setor financeiro, como o Goldman Sachs e o Blackstone, fazem os cursos oferecidos por empresas como a Training the Street e a Wall Street Prep.

Os alunos desses cursos dizem que as aulas lhes oferecem uma nova apreciação quanto ao cerne da análise financeira. Um curso com oito horas de duração sobre aquisições alavancadas na Training the Street foi tão intenso que "a vontade era a de cortar os pulsos", diz Michael Rojas, que se formou neste mês na escola de administração de empresas da Universidade Columbia.

No geral, porém, Rojas disse que o treinamento é bastante completo. "São coisas que você realmente precisa saber, e que não aprende na escola de administração", disse. "Eles seguem um modelo detalhado, e você aprende página a página."

O número crescente de participantes desses treinamentos expõe uma tendência nem sempre comentada por parte dos bancos e de outras companhias de Wall Street: a de terceirizar o treinamento técnico. Conhecimentos como esses são cruciais para a execução das tarefas cotidianas em muitas das disciplinas de Wall Street --quer se trate de negociar fusões, operar títulos ou executar análises.

"Quero alguém que seja realmente capaz de usar o Excel e o PowerPoint", disse um executivo sênior na divisão hipotecária de um banco europeu, descrevendo entrevistas com alunos que obtiveram seus MBAs recentemente.

Hoje, 19 das 20 maiores escolas de administração de empresas do país usam a Training the Street para preparar um total estimado em 20 mil estudantes a cada ano, ensinando-os a interpretar balanços de companhias, avaliar empresas e conduzir análises de planilhas.

"Muitos bancos de investimento buscam contratar fontes mais variadas, e por isso dedicam mais tempo a preparar os contratados com muita rapidez", diz Matan Feldman, que criou a Wall Street Prep em 2003, depois de trabalhar como analista e associado no JPMorgan Chase.

Por causa dos cursos de treinamento, "já não vemos tantos alunos que não fazem ideia do que terão de enfrentar", disse Feldman.

O treinamento, no entanto, não sai barato. As escolas de administração de empresas pagam até US$ 1,3 mil por aluno à Training the Street. A Wall Street Prep cobra até US$ 1.499 por aluno por um curso de três dias.


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