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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Argentina aumentou protecionismo contra Brasil, afirma ministro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou ontem que a Argentina aumentou a adoção de medidas protecionistas, o que vem prejudicando as exportações brasileiras para o país vizinho.

"Estamos vivendo uma situação sazonalmente um pouco apertada com nossos irmãos argentinos. Houve um recrudescimento das medidas protecionistas ali", afirmou o ministro durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

Segundo Pimentel, essa atitude é observada todo fim de ano, quando o governo argentino "costuma apertar mais as restrições".

"Tem a ver com necessidade da Argentina de produzir um saldo comercial mais robusto. Como somos o principal parceiro e nossa balança é superavitária com eles, acabamos sendo mais atingidos", disse.

As restrições estão sendo sentidas em pelo menos sete setores: calçados, têxteis, papel e celulose, autopeças, móveis, alimentos e equipamentos de ginástica (fitness).

As medidas protecionistas do governo Cristina Kirchner começaram a ser adotadas nos últimos dias de agosto e se intensificaram neste mês.

De acordo com dados do governo argentino, o país teve superavit de US$ 5,7 bilhões no comércio com o resto do mundo nos sete primeiros meses deste ano.

O valor representa uma queda de 28% na comparação com o mesmo período do ano passado.

No caso brasileiro, no entanto, o país vizinho mantém um deficit de US$ 698 milhões de janeiro a julho, 51% menos do que mesmo período do ano passado, ainda segundo os cálculos oficiais argentinos.

As vendas brasileiras para o mercado argentino são lideradas por veículos e minério de ferro. De lá para cá, trigo e veículos estão entre os itens mais importados.

A Argentina vem adotando nos últimos anos uma série de medidas para controlar o nível de reservas de dólar e conter a inflação, entre elas a inclusão da declaração juramentada para exportações ao país, a regra do "uno por uno" (quem importa tem de exportar) e limitações à compra de dólares e à remessa de dividendos por empresas internacionais com subsidiárias no país.

As medidas aduaneiras permitem que o governo controle a velocidade de entrada de bens no país e, com isso, os números de suas contas externas.

Pimentel afirmou que a Argentina vai ter saldo positivo neste ano em sua balança comercial, mas com o Brasil seguirá tendo resultado negativo na troca de bens. No ano passado, os argentinos tiveram superavit de US$ 12,7 bilhões, 27% mais que em 2011.

"Eles devem estar tentando reduzir esse deficit. Todo ano acontece isso mais ou menos na mesma época. Vamos então ao governo argentino e abrimos as negociações", disse Pimentel, que defendeu doses de paciência e pressão para lidar com o problema.

Segundo ele, o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) viajaria ontem à Argentina com uma pauta ampla, que inclui a questão das medidas protecionistas. (RENATA AGOSTINI)


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