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Escalada do dólar sai do radar do mercado

Após decisão do Fed de anteontem, analistas preveem que nervosismo tende a ficar contido por atuação do BC

Novas apostas sugerem que a moeda americana deve oscilar no intervalo entre R$ 2,15 e R$ 2,30

ANDERSON FIGO DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

A decisão do Fed (banco central dos EUA) de adiar a retirada de estímulos à economia americana fez analistas e investidores no Brasil abandonarem previsões de disparada da cotação do dólar ainda neste ano.

Embora vejam fatores internos negativos, que contribuem para a alta da moeda americana no médio prazo --crescimento econômico lento, inflação alta e deficit crescente nas contas externas--, a continuidade das intervenções diárias do Banco Central deve contribuir para reduzir a pressão. Isso deve manter o dólar em um novo patamar, entre R$ 2,15 e R$ 2,30.

"Não é que a atuação do BC vá barrar a tendência de alta do dólar, mas a autoridade já mostrou que tem ferramentas para manter o dólar neste intervalo, podendo no máximo chegar a R$ 2,40", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.

Desde que o BC passou a atuar no mercado, no fim de agosto, a moeda americana recuou 9,5%.

A autoridade vem fazendo operações equivalentes à venda de dólar no mercado futuro. Segundo analistas, este instrumento tem reduzido o nervosismo no mercado, pois dá garantia de que não haverá escassez de dólares.

Ontem, o dólar à vista caiu 1,32%, para R$ 2,209, e o comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,31%, para R$ 2,201.

TURBINADO

A queda foi turbinada pelo alívio no exterior, uma vez que a decisão do Fed mantém a atratividade de investimentos em mercados emergentes, como o Brasil.

Em contrapartida, o quadro desfavorável da economia brasileira propicia a desvalorização do real.

"A piora no resultado da parte fiscal e das contas externas vai continuar afastando investimentos estrangeiros do país, mas medir a magnitude e o patamar do dólar é difícil", diz Luiz Monteiro, sócio da gestora Queluz.

"Uma cotação acima de R$ 2,50, porém, é bem improvável. O BC não deixaria isso acontecer."

AJUSTE ADIADO

Para José Alfredo Lamy, sócio da corretora Cenário, a decisão do banco central americano deu sobrevida aos problemas internos do Brasil. "O ajuste da economia brasileira está sendo adiado pela manutenção da liquidez externa", diz.

O economista reconhece, porém, que a oferta de recursos à disposição de países emergentes já não é a mesma desde o fim de maio, quando o Fed avisou que vai retirar os impulsos à economia dos EUA ainda neste ano.

"A liquidez que havia em maio não existe mais", diz ele.

Desde aquele mês, a moeda brasileira desvalorizou-se em 7,4% ante o dólar, a quarta maior perda entre 24 moedas de países emergentes.

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folha.com/131991


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