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Pequenas usam as grandes para crescer

Empresas de menor porte criam produtos tecnológicos sob medida para resolver problemas de multinacionais

Programa ajuda companhias inovadoras a se inserir na cadeia de fornecedores de gigantes como a Vale

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Trabalhar sob medida para empresas que são líderes em importantes setores da economia é uma forma que pequenos e micro empreendedores encontraram para inserir serviços e produtos de alta tecnologia nessas cadeias produtivas e disputar mercado com fornecedores estrangeiros.

No setor de petróleo e gás, dobrou a média anual de pequenas empresas parceiras da Petrobras, uma das "âncoras" do programa Encadeamento Produtivo feito em parceria com o Sebrae.

De 2005 a 2007, eram 1.500 pequenos negócios feitos por ano com a petrolífera. Nos últimos quatro anos, a média subiu para 3.000.

No Brasil, quase 17 mil empresas de pequeno porte atuam em 66 projetos desenvolvidos com sete grandes âncoras. Além da Petrobras, também participam do programa Gerdau, Vale, Odebrecht, entre outras.

"A previsão é encerrar 2014 com 20 mil inseridas em cadeias produtivas de alto valor agregado" diz Luiz Barretto, presidente do Sebrae. Montadoras de automóveis como GM, Volkswagen, Ford e Fiat e a fabricante de alimentos Nestlé devem ingressar no programa.

No segmento de petróleo e gás, a carioca Ativatec criou para a Petrobras um equipamento que, acoplado a robôs submarinos, permite detectar e prevenir fissuras, trincas ou corrosão em estruturas e dutos instalados a 3.000 metros de profundidade.

A ferramenta, chamada de Crab Tool, foi patenteada em parceria com a estatal. "O aparelho faz uma espécie de raio-X do duto e verifica onde está o problema. Com os reparos e a inspeção constantes, a economia para a Petrobras foi de 200%", diz o engenheiro Daniel Camerini, sócio da Ativatec.

Rogério Florião Soares, técnico de inspeção do Centro de Pesquisas da Petrobras, explica que, antes da ferramenta, a empresa usava um barco para verificar os dutos.

"O gasto era de US$ 100 mil para o monitoramento diário. E o barco não evitava falhas, só as detectava depois que já tinham tomado uma certa proporção."

Cada ferramenta desenvolvida custa em torno de R$ 80 mil --uma delas está em uso na Bacia de Campos (RJ).

No processo de escolha, a Ativatec enfrentou a concorrência de outras três empresas. "A inovação tem de estar aliada ao valor. O centro de pesquisas só faz a parceria após a concorrência ser aberta", diz o técnico.

ALÉM DA REVENDA

Em Sergipe, a fabricante de parafusos CPF também enfrentou a concorrência para desenvolver um parafuso específico para os oleodutos e as tubulações da petroleira.

De revendedora de peças, passou a fabricante. Hoje tem uma produção de 20 toneladas por mês e fatura cerca de R$ 400 mil mensais, aumento de 500% em relação ao período em que apenas comercializava peças.

"O mais difícil e custoso foi passar pelo processo de certificação exigido para fornecer à empresa. No final das contas, sabíamos vender parafuso, e não fabricar", diz Eduardo Marinho, um dos sócios da companhia.

O empresário diz ter recebido apoio de fornecedores e concorrentes, que abriram suas fábricas para que eles entendessem melhor o processo de produção.


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