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Brasil tem rombo recorde nas contas externas

Pela primeira vez desde 2001 investimento direto não cobre deficit, que atinge US$ 81 bi

SHEILA D'AMORIM SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA

O Brasil registrou rombo histórico de US$ 81,4 bilhões --3,66% do PIB-- nas contas externas em 2013.

Além de recorde, o saldo negativo nas transações correntes --contabilidade que registra receitas e despesas com a negociação de bens, serviços e doações feitas entre residentes no país e pessoas no exterior-- ficou 50% acima do deficit de 2012.

Foi também a primeira vez, desde 2001, que os investimentos estrangeiros dire- tos (US$ 64 bilhões) não cobriram o rombo das transações correntes.

O Banco Central, no entanto, agora aposta que um real mais desvalorizado neste ano e o maior crescimento esperado para a economia global revertam a tendência de piora do desempenho brasileiro.

O saldo das contas externas é mais um indicador ruim a complicar a vida da equipe econômica neste ano, quando a presidente Dilma Rousseff disputará a reeleição.

O BC afirma que o quadro ainda é "favorável" e que as contas externas são perfeitamente sustentáveis. Mas a sequência de piora ano a ano, desde 2009, abre espaço para questionamentos num momento em que a desconfiança em relação a mercados emergentes está em alta.

Em proporção ao PIB, o resultado de 3,66% é o pior desde 2001, quando o deficit chegou a 4,19% e os investidores internacionais colocavam em dúvida a capacidade do Brasil de pagar a sua dívida.

"O deficit [em 2013] foi causado fundamentalmente pelo menor superavit comercial no ano. Para 2014, deve ocorrer uma redução do deficit", disse Fernando Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC.

Segundo ele, o BC estima um saldo negativo de US$ 78 bilhões, sendo que boa parte será coberta com o ingresso de US$ 63 bilhões em investimentos estrangeiros.

Após computar exportações e importações, o país registrou em 2013 um superavit de apenas US$ 2,56 bilhões, ante um saldo de US$ 19,4 bilhões no ano anterior.

VIAGENS

Também houve piora na conta de serviços. O deficit anual subiu de US$ 41,04 bilhões para US$ 47,52 bilhões.

Apesar da desvalorização do real, os gastos de brasileiros em viagens ao exterior atingiram US$ 25,34 bilhões.

Essa tendência deve seguir ao longo deste ano, porém Rocha considera que os gastos de estrangeiros no Brasil devem aumentar com a vinda de turistas para ver os jogos da Copa do Mundo.

As despesas com juros e as remessas de lucros e dividendos das subsidiárias estrangeiras que operam no Brasil subiram de US$ 24,11 bilhões para US$ 26,04 bilhões.


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