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Análise crise emergente

BC dos EUA não pode ser culpado por problemas

Redução de estímulos à economia americana era esperada e não pode ser alterada pelo efeito que provoca nos emergentes

NILS PRATLEY DO "GUARDIAN"

Raghuram Rajan, o elogiado presidente do banco central indiano, afirmou na semana passado que havia chegado a hora de o papel dos emergentes na recuperação da economia global ser reconhecido por Washington.

"A cooperação monetária internacional quebrou", reclamou o ex-economista-chefe do FMI, enquanto o Fed (BC dos EUA) continuava a reduzir estímulos --portanto não fazendo nada para acalmar as preocupações sobre o câmbio em muitos emergentes.

Mas alguma vez existiu cooperação monetária e fiscal? Até certo ponto. Foi por um curto período, nas reuniões do G20 (que reúne grandes economias) em 2009, enquanto os líderes tentavam enfrentar o "crash" financeiro.

No entanto, os EUA adotaram estímulos gigantescos por interesse próprio. De modo similar, o enorme plano de gastos da China foi adotado em 2009 para manter o crescimento da economia chinesa em um ritmo seguro.

A combinação foi boa para evitar uma calamidade econômica, mas um alinhamento temporário de interesses não deve ser confundido com coordenação baseada em princípios.

Não se pode esperar que o BC dos EUA desista da retirada lenta de estímulos só porque contribui para problemas na Turquia e na Argentina.

Indiscutivelmente, seria muito mais perigoso para todo mundo no longo prazo, inclusive para os emergentes, se o Fed não agisse.

Mas Rajan teria razão em criticar uma outra falha de coordenação global: na área da reforma bancária.

Os bancos do mercado paralelo ("shadow banking" em inglês) explodiram na Ásia, especialmente na China. E o resto do mundo está com os dedos cruzados esperando que os governos continuem a resgatar fundos quebrados.

Os líderes europeus ainda estão parcialmente em negação sobre a falta de capital em seu sistema bancário, um problema que vai se intensificar com uma dose de deflação ou quase deflação.

A pergunta importante é se o sistema financeiro está suficientemente reformado e recapitalizado para lidar com as mudanças no mercado de moedas que estavam para vir. É difícil ser otimista.

Mark Carney, presidente do BC britânico, falou sobre o "progresso desigual" na recapitalização dos bancos e disse que as instituições "precisam melhorar mais os anúncios sobre riscos".

Isso é alarmante. E é ainda mais alarmante que um ajuste relativamente pequeno na política monetária dos EUA, que era esperado havia meses e que se deve à melhora da economia americana, já esteja gerando acusações de táticas injustas. Essa crise nos mercados emergentes está começando a parecer séria.


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