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Governo já espera freio na alta dos juros

Economia em passo lento e boa recepção à meta fiscal criam expectativa de que Selic suba menos na reunião desta semana

Prévia da inflação de fevereiro maior do que a esperada, no entanto, gera desconforto no Palácio do Planalto

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A economia em ritmo lento no final do ano passado e a boa recepção do mercado financeiro à meta de economia para abatimento da dívida pública de 2014 criaram, no governo, a expectativa de que o Banco Central opte por um aumento mais moderado da taxa básica de juros.

O Copom (Comitê de Política Monetária) reúne-se nesta semana para definir o rumo da Selic. Governo e mercado acreditam que o aumento vá ser de 0,25 ponto percentual, o que colocará a taxa em 10,75% ao ano.

Desde maio do ano passado o BC apertou sua política monetária, promovendo seis altas seguidas de 0,50 ponto percentual na Selic. Em abril, quando o ciclo começou, a elevação foi de 0,25 ponto.

O Palácio do Planalto acredita numa redução do ritmo de alta exatamente por causa desse longo ciclo de elevação da taxa de juros, cujos efeitos, segundo o próprio BC, começam a ser sentidos.

Cita ainda que a meta fiscal estabelecida para 2014 --uma economia equivalente a 1,9% do PIB-- vai evitar que os gastos públicos pressionem a inflação deste ano.

Anteontem, porém, a divulgação da prévia de fevereiro do índice oficial que baliza o sistema de metas de inflação gerou desconforto. O IPCA-15 registrou alta de 0,70%, ante 0,65% esperado tanto pelo governo quanto pelo mercado financeiro.

A expectativa --e torcida--dentro do governo é que o BC reduza o ritmo de alta dos juros, mesmo com o avanço inesperado da inflação neste mês. O problema é que há chances de o ciclo de aperto ficar mais longo do que o previsto e desejado.

Pelas contas mais recentes do mercado, além da alta nesta semana, o Copom deve promover mais um ajuste na reunião de abril, deixando a Selic em 11% ao ano.

INFLAÇÃO

Mas, se a inflação se mostrar mais resistente do que o esperado, o BC pode ser forçado a alongar o ciclo de aperto, usando doses menores de aumento do juro.

Dilma tem tido conversas frequentes com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para falar sobre a trajetória da inflação. Apesar de seu desejo de que a política monetária seja aliviada, a presidente definiu como prioridade evitar que a inflação suba e estoure o teto da meta, de 6,5%, neste ano em que tentará a reeleição.

O governo sabe que, a partir de julho, a tendência é de alta da inflação acumulada nos últimos 12 meses.

Exatamente no período mais próximo da eleição, o que pode ter impacto negativo na imagem da presidente.

Além disso, ainda há a incerteza sobre como ficará o cenário do setor elétrico. Caso as chuvas até o fim de abril não recomponham satisfatoriamente os reservatórios das usinas hidrelétricas, o governo vai depender mais das térmicas e a conta do custo extra ficará mais salgada para o Tesouro Nacional.


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