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Valor das ações de elétricas cai 18% após MP das concessões

Empresas que não renovaram contratos com redução de tarifa caíram menos ou até subiram, como a Cesp

Perspectiva para ações do setor é recuperação apenas no longo prazo (mínimo de 5 anos), afirmam analistas

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Historicamente consideradas "defensivas" pelo pagamento de bons dividendos --fatia do lucro da empresa distribuída aos acionistas--, as ações do setor elétrico têm preocupado investidores no último ano.

Desde a sanção da medida provisória de renovação das concessões em troca da cobrança de tarifas menores, em 14 de janeiro de 2013, os papéis caíram 17,6% até ontem, segundo índice do setor que reúne as 15 ações mais negociadas (veja quadro). O Ibovespa, principal índice da Bolsa, caiu 25% no período.

As empresas que renovaram as concessões, como Eletropaulo (distribuidora de energia), tiveram queda mais acentuada.

Já as que não renovaram, casos de Copel e Cesp (ambas de geração e transmissão), caíram menos ou até subiram. A Cesp, com valorização de 17,3% das ações no período até ontem, foi a única a não a renovar concessão em nenhum dos dois segmentos em que atua.

Assim, a empresa ficou com grande quantidade de energia descontratada, podendo ser vendida no mercado à vista, com preço mais alto.

"Isso é uma vantagem, pois o preço dessa energia subiu bastante nos últimos meses", diz Sandra Peres, analista-chefe da Coinvalores.

Já quem aceitou renovar contratos em troca de redução das tarifas, acrescenta a analista, sofreu com o aumento do custo, especialmente nos últimos meses, quando o baixo nível dos reservatórios de água gerou necessidade de uso de termelétricas --um meio mais caro de produção de energia.

RISCO POLÍTICO

Para analistas, o risco político do setor elétrico aumentou bastante no último ano, pressionando as ações.

"O mercado entendeu que o governo quis levantar a bandeira de corte na tarifa de energia a qualquer custo e meteu os pés pelas mãos", diz Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos.

Para ele, o plano de socorro anunciado na semana passada evidenciou isso. Dos R$ 12 bilhões anunciados para as distribuidoras de energia como reforço para equilibrar as contas, R$ 8 bilhões serão financiados pelo setor privado, com posterior repasse consumidores.

De acordo com analistas, investidores com foco em retorno no longo prazo (mínimo de cinco anos) podem encontrar oportunidades nas ações do setor, que estão baratas. Nesse caso, é preciso pesquisar o histórico das empresas antes de escolher e não se deixar abater pela oscilação dos papéis.


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