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Suspeita de vaca louca trava acesso à China

Possível caso atípico da doença em MT complica negociações para país asiático suspender embargo à carne brasileira

Governo tentará mostrar aos chineses que classificação de risco para o mal deve continuar insignificante

MARCELO NINIO DE PEQUIM

O anúncio do Ministério da Agricultura sobre a suspeita de um novo caso atípico do mal da vaca louca, em Mato Grosso, complica as já difíceis negociações para suspender o embargo da China à carne bovina do Brasil, em vigor desde 2012.

Uma pessoa envolvida nos esforços brasileiros definiu a notícia como um "pesadelo". Mesmo antes da nova suspeita, os chineses demonstravam não ter pressa em suspender o embargo.

Nos últimos meses, a agência de vigilância sanitária chinesa ignorou quatro convites brasileiros para enviar inspetores ao Brasil a fim de acelerar o processo de liberação.

O esforço do governo brasileiro se concentra em reiterar que a detecção do mal da vaca louca em um animal no Paraná, que levou ao embargo chinês no fim de 2012, foi um caso atípico.

E em lembrar que o caso não alterou a classificação de risco da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) para o Brasil, que continua insignificante.

O discurso será mantido em relação à nova suspeita, mas negociadores brasileiros temem que isso endureça a posição dos chineses sobre a reabertura de seu mercado à carne bovina do Brasil.

Ontem, as autoridades sanitárias chinesas não se manifestaram sobre a notícia.

A morosidade chinesa frustrou a expectativa de que a suspensão ocorresse ainda no primeiro semestre. Era o que esperava o Brasil --sobretudo após as gestões feitas pelo vice-presidente Michel Temer quando ele esteve na China, em novembro.

Com o crescimento da renda e do consumo de proteína animal no país, o mercado chinês de carne bovina está em rápida expansão, mas continua fechado ao Brasil, maior exportador do mundo.

CONTRABANDO

A frustração é maior porque a carne bovina brasileira continua entrando na China, via contrabando de Hong Kong.

Em 2012, Hong Kong passou a Rússia e virou o maior importador de carne bovina brasileira, com 24% do total.

Sem muitas pistas, o governo brasileiro passou a acreditar que os chineses estariam deixando a suspensão do embargo para ser anunciada durante a visita ao Brasil do líder Xi Jinping, em julho.

Na barganha com Pequim, o Brasil tem cartas, mas reluta em usá-las. Uma é o interesse chinês em agilizar a entrada de pescado no Brasil.

Nas últimas semanas, ao menos dois carregamentos de pescado chinês foram barrados em portos brasileiros por não se adequar ao novo modelo de certificado sanitário exigido pelo Ministério da Agricultura desde janeiro.


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