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Santander quer tirar ações do mercado

Banco espanhol pretende comprar até a totalidade dos papéis da unidade brasileira na Bovespa e em Nova York

Controlador ofereceu a acionistas prêmio de 20% por papel; ideia é melhorar resultado financeiro da sede

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

O Santander Brasil anunciou ontem que sua matriz espanhola planeja comprar até a totalidade dos papéis do braço brasileiro negociados na BM&FBovespa (units, conjunto de ações) e na Bolsa de Nova York (ADRs, recibos de ações).

Todo o lote corresponde a cerca de 25% do capital da subsidiária.

Para isso, ofereceu um prêmio aos acionistas de 20% sobre o preço dos papéis no fechamento dos negócios da Bolsa anteontem (R$ 12,74), o que daria R$ 15,29.

A venda é opcional e o pagamento será feito com ações do Santander espanhol. Com a operação, o banco brasileiro não fará mais parte do nível 2 de governança da BM&FBovespa (de empresas com boas práticas de gestão).

Jesús Zabalta, presidente do Santander Brasil, afirmou que a operação vai ajudar a melhorar o nível dos resultados atribuídos à matriz, como o lucro por ação, e que não há a intenção de retirar o banco brasileiro da Bolsa.

"Quem não quiser aderir continua com suas ações do Santander Brasil", afirmou.

O lucro do banco brasileiro (leia abaixo) representa hoje cerca de 20% do da matriz.

Ainda de acordo com Zabalta, a operação deve demorar até outubro para ser concluída, pois é preciso passar por aprovação em assembleias na Espanha e no Brasil e por trâmites na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na BM&FBovespa.

PAGAMENTO

Os acionistas que aceitarem a oferta receberão, para cada unit do Santander Brasil, 0,7 papel da matriz, que pode ser ADR (recibo de ação brasileira negociado em Nova York) ou BDR (recibo de ação estrangeira negociado na Bovespa).

Para o pagamento, o banco espanhol deverá emitir no máximo 665 milhões de novos papéis, com valor total estimado em R$ 14 bilhões.

Em reação ao anúncio do banco, os papéis do Santander Brasil terminaram o dia ontem em alta de 15,78%, cotados a R$ 14,75. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,89%, aos 51.838 pontos.

"Quando foi estabelecido o prêmio de 20% para a compra das ações, o mercado entendeu que esse aumento corresponde, na visão do controlador, ao preço justo dos papéis. Por isso, a alta de ontem foi natural", disse Filipe Machado, analista da corretora Geral Investimentos.

PARA O INVESTIDOR

Para Carlos Müller, analista-chefe também da Geral, o prêmio oferecido pelo Santander Espanha compensa.

"Vale para quem já tem os papéis do Santander Brasil. Quem comprar agora, porém, tem de considerar que os preços subiram cerca de 15% ontem, o que reduz o ganho com a revenda para cerca de 5%. Nesse caso, não compensa."

Müller afirma ainda que, para o Santander Espanha, a operação é excelente.

"Ele está comprando mais barato o que vendeu caro."

O analista ressalta que o valor, mesmo com o prêmio, não atinge o visto na abertura de capital do Santander Brasil, em outubro de 2009, de R$ 23,50.

"Como não é possível voltar atrás, porém, o investidor tem que mirar o futuro. Nesse caso, o futuro mostra um prêmio de 20%", disse.

"Quem não aceitar a oferta do Santander Espanha corre o risco de ficar com um ativo sem liquidez [facilidade de revenda] nas mãos. Isso não é bom. Mesmo assim, acredito que nem todos os minoritários aceitarão a oferta, apesar de ser o mais racional a ser feito", acrescentou.


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