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Snapchat enfrenta rivais com 'diversão' e polêmica

Aplicativo popular entre adolescentes foi acusado de 'iludir' seus usuários

Presente em 10% dos smartphones do Brasil, sistema permite enviar fotos, vídeos e textos que 'desaparecem'

Quando estava desenvolvendo o Snapchat, um aplicativo popular entre adolescentes que permite que os usuários se comuniquem por meio de fotos que se apagam instantaneamente, Evan Spiegel, 23, chamou os seis primeiros funcionários para morar na casa do pai dele.

Após dois anos e meio e US$ 123 milhões (R$ 275 milhões) de investimento, os atuais 77 empregados da empresa trabalham em um escritório próprio, mas Spiegel continua morando com o pai, um conhecido advogado de Los Angeles.

"Quando eu era criança, meu pai trabalhava muito e chegava em casa tarde, então é bom passar um tempo com ele agora", afirmou o empresário à Folha durante passagem por São Paulo na semana passada.

Ele não revela o número de usuários, mas diz que o sistema está em 10% dos smartphones do Brasil. Quase 1 bilhão de fotos são enviadas por dia pelo app no mundo.

A popularidade do aplicativo é acompanhada de polêmicas. Na mais recente, deflagrada na semana passada, sites revelaram e-mails enviados por Spiegel aos 19 anos.

As mensagens têm referências a cocaína, maconha, sexo e até a urinar em mulheres. O executivo teve de divulgar uma nota se desculpando e se dizendo um "imbecil" por ter mandado os e-mails. "Eles não refletem quem eu sou hoje", afirmou.

Maio foi um mês cheio para Spiegel: a empresa lançou nova versão do aplicativo, colocando-se mais fortemente como rival de serviços como o WhatsApp. A ferramenta agora permite que o usuário converse via mensagens de texto e vídeos que desaparecem quando o papo acaba. Há rumores de que o Facebook prepara algo similar.

Spiegel diz que seu produto é mais "divertido" e "espontâneo".

"O WhastApp se vende como uma ferramenta grátis que substitui o SMS pago. Nós trabalhamos com a ideia de que a comunicação deve ser alegre, visual", afirma.

FACEBOOK

Os dois aplicativos poderiam fazer parte hoje do mesmo conglomerado, o Facebook. Segundo a imprensa americana, em 2013 a companhia de Mark Zuckerberg ofereceu US$ 3 bilhões pelo aplicativo de Spiegel, mas a oferta foi recusada. Eles não confirmam a negociação.

Meses depois, o WhatsApp foi comprado pelo Facebook por US$ 16 bilhões.

Spiegel diz que quer construir "uma grande empresa independente" e que dure mais de 25 anos, por isso não aceitaria uma aquisição.

Para durar, falta ainda ao Snapchat um modo de obter receita. Sem dar detalhes, Spiegel diz que a companhia está trabalhando em um sistema que será "muito lucrativo" e não vai usar os dados dos usuários para vender publicidade, como acontece com outras redes sociais.

Também não deve ser incentivada a interação entre empresas e consumidores, algo comum em redes como Facebook, Twitter e Instagram.

"Exige-se nas mídias sociais que marcas se comportem como pessoas: elas têm um perfil e falam com você. Isso, para mim, é estranho porque marcas não falam."

SOME OU NÃO SOME?

Há dúvidas sobre até que ponto as imagens postadas no sistema se perdem para sempre. Também em maio, a empresa fechou acordo com o FTC (agência que regula práticas comerciais nos EUA), que a acusava de "iludir os consumidores" sobre o assunto.

O órgão diz que é possível capturar as imagens com o uso de outros aplicativos ou fazendo reproduções da tela do aparelho, por exemplo.

O FTC também criticou a companhia por falhar em garantir a segurança dos clientes --no fim do ano passado, hackers obtiveram e postaram na internet nomes de usuário e números de telefone de 4,6 milhões de pessoas.

No acordo, o Snapchat aceitou que suas práticas de privacidade sejam auditadas por 20 anos.

Spiegel diz que sempre deixou claro que as fotos são apagadas dos servidores, mas podem ser armazenadas de outras formas. "O Snapchat não foi feito para ser um serviço secreto de mensagens."


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