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Férias coletivas param "um Maracanã"

Levantamento em 8 Estados mostra que ao menos 85 mil pessoas, mais que a capacidade do estádio, ficarão em casa

Medida ajuda a adequar produção à demanda; central sindical teme que próxima etapa seja início de demissões

CRISTINA CAMARGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

A Copa começa hoje (12) com ao menos 85 mil trabalhadores em ferias coletivas por todo o país, o equivalente a pouco mais de um Maracanã superlotado.

A parada atinge ao menos oito Estados, segundo levantamento da Folha com sindicatos, empresas e entidades patronais.

Parte das empresas já está em férias coletivas. Outras entram a partir de hoje e ficam assim nas próximas semanas.

Os setores mais afetados são o de produtos eletrônicos e o automotivo, em especial o último, com ao menos dez montadoras sob esse regime.

Na Ford, por exemplo, são cerca de 10 mil em férias.

Um deles é Victor Teles, 24, que trabalha na Ford em Taubaté (a 140 km de SP) e desde segunda (9) está em férias coletivas. "Vou aproveitar para ver os jogos [da Copa]. "

Apesar da Copa, o clima é de apreensão entre os funcionários. Alguns temem receber cartas de demissão durante esse período de férias.

Na Ford, há férias coletivas nas unidades de São Bernardo do Campo (SP), Camaçari (BA) e Taubaté, onde há em curso um programa de demissão voluntária. A montadora fala em ajuste no "nível de produção à demanda do mercado" e no estoque.

De acordo com o último balanço da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de veículos nos cinco primeiros meses do ano recuou 13,3% em relação a 2013.

No setor eletroeletrônico, a Whirlpool, das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, é uma das empresas a optar pelas férias coletivas. Serão 14 dias (de 12 a 25 de junho) para 5.000 funcionários da área administrativa de todas as unidades no Brasil.

"Foi uma solução para que os funcionários possam ver os jogos e a empresa não tenha perdas", diz, em nota.

Para o pesquisador José Dari Krein, do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho) da Unicamp, há margem das indústrias para essas férias coletivas, diante da economia fraca e dos altos estoques. "Isso acontece em todos os anos de Copa. As empresas criam um mecanismo de compensação e ajustam a sua produção."

Para os trabalhadores, no entanto, a parada obrigatória não é bem-vinda. "Ficamos inseguros. Muitas empresas falam que as férias coletivas são a primeira medida. Depois podem demitir", afirma Miguel Torres, presidente nacional da Força Sindical.


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