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Refinaria da Petrobras fica 643% mais cara em 7 anos

Obra em Ipojuca (PE) deve ser inaugurada em 2014, 4 anos após a data prevista

Estatal venezuelana PDVSA tem até sexta para definir se vai entrar como sócia da Petrobras na refinaria

DANIEL CARVALHO DE SÃO PAULO FÁBIO GUIBU DE RECIFE

Palco de greves e de atrasos, a refinaria Abreu e Lima, que a Petrobras está construindo em Ipojuca (PE), já ficou US$ 14,8 bilhões mais cara desde que foi anunciada, em 2005. A obra só deve ser inaugurada em 2014, quatro anos após a data prevista.

De acordo com a Petrobras, nesse período o preço da obra saltou de US$ 2,3 bilhões para US$ 17,1 bilhões -um avanço de 643% no orçamento, atualizado no início da semana pelo governo federal.

Só entre julho e novembro o crescimento foi de 14%.

A Petrobras apresentou à reportagem o orçamento atual da obra em dólar (são R$ 30,3 bilhões, segundo balanço do PAC), sendo possível compará-lo com a primeira estimativa, divulgada só em dólar (US$ 2,3 bilhões).

As obras começaram em 2007 e deveriam ter ficado prontas em 2010. Só nesse período o governo gastou R$ 4,5 bilhões, segundo o Ministério do Planejamento.

Agora a expectativa da Petrobras é que somente em novembro de 2014 a refinaria comece a processar os 230 mil barris diários. Até lá, outros R$ 25,5 bilhões devem ser gastos, R$ 4,4 bilhões a mais do que o previsto em julho.

O aumento, informou a empresa em nota, reflete a variação cambial e fatores de reajuste de contratos.

Ainda haverá gastos pós-inauguração: R$ 320 milhões. No relatório anterior estavam previstos R$ 941 milhões.

A Petrobras diz que a diferença se deve ao replanejamento do empreendimento.

Se não houver novos atrasos, a Petrobras pretende concluir a refinaria em dezembro de 2016.

O andamento das obras, no entanto, depende de fatores como paralisações nos serviços. Os 54 mil operários que trabalham na construção da refinaria terminaram anteontem uma greve de 23 dias.

Segundo o sindicato dos trabalhadores, foi a sexta greve desde o início das obras. O sindicato das indústrias contabiliza 90 dias parados desde 2007.

A Petrobras não informou o prejuízo total provocado pelas paralisações.

PDVSA

Termina na sexta-feira o prazo para a estatal venezuelana PDVSA decidir se será sócia da brasileira na refinaria. A Petrobras afirmou que continua aguardando um posicionamento.

Em dezembro de 2005, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, esteve em Pernambuco e participou, ao lado do então presidente Lula, do lançamento da pedra fundamental da refinaria.

Em agosto de 2011, a empresa brasileira assumiu um empréstimo de R$ 10 bilhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a PDVSA deveria assumir 40% do valor. A venezuelana, no entanto, ainda não apresentou as garantias necessárias para a composição societária.

A Petrobras já executou, sozinha, 64% da obra.


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