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Eike faz negócio com estatal e ações recuam
DO RIOA OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, comprou a participação de 40% que a Petrobras tinha no bloco BS-4, na bacia de Santos, por US$ 270 milhões. O bloco está ao lado de campos gigantes do pré-sal, como Franco e Libra, a 185 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
É o primeiro negócio entre as duas companhias, que até recentemente não mantinham contato. A aproximação veio em abril, quando, em visita ao Porto do Açu, em São João da Barra, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a OGX deveria ser parceira da Petrobras, e não rival, e que Eike é "um orgulho do Brasil".
Também é a primeira venda de ativo pela estatal no âmbito do programa de desinvestimentos de US$ 14,5 bilhões, anunciado em junho e que visa ajudar o plano de negócios até 2016, no valor de US$ 236,5 bilhões.
"O valor é pequeno para a Petrobras, mas é uma sinalização positiva de que ela pensa em fazer desinvestimentos em participações no Brasil, o que é mais ágil e rápido que vender refinaria fora do país", diz Nataniel dos Santos, analista do Banco do Brasil Investimentos.
Considerada uma boa notícia por alguns analistas ouvidos pela Folha, a aquisição não conseguiu evitar mais uma queda das ações da OGX na Bovespa, que fecharam entre as cinco maiores perdas do mercado, desvalorizadas em 3,7%.
"É uma aquisição de qualidade, mas precisa de mais tempo para o investidor voltar a confiar nas empresas do Eike. Talvez essa compra seja um caminho para tentar buscar essa confiança", afirma o analista Lucas Brendler, da Corretora Geração Futuro. (DENISE LUNA)