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Análise
Retomada de 2013 é cercada de pontos de interrogação
ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULOCRISE EXTERNA AFETOU, MAS TUDO INDICA QUE PROBLEMAS DOMÉSTICOS FORAM A PRINCIPAL CAUSA DO "PIBINHO"
Economistas começaram 2012 esperando uma recuperação modesta da economia. Projetavam crescimento de 3,3%, ante os 2,7% de 2011.
O governo era mais otimista e alardeava expansão superior a 4%.
A frustração de projeções econômicas -principalmente para um horizonte longo como 12 meses- não é novidade.
Mas o tamanho do desvio da realidade em relação às expectativas no caso do Brasil em 2012 foi substancial.
Os 3,3% de projeção foram murchando e 2012 termina com os mais otimistas estimando expansão de 1,2% e os mais pessimistas apostando em cerca de 0,8%.
A crise externa -cujos possíveis desdobramentos catastróficos eram o maior temor de economistas e políticos- contou para o desempenho fraco da economia brasileira.
As incertezas contribuíram para esfriar o ânimo de investidores.
Mas tudo indica que problemas domésticos foram a principal causa do "pibinho".
A desaceleração de 2012 foi em parte resultado ainda das medidas que o governo tomou em 2011 para frear a economia superaquecida que pressionava a inflação.
Mas isso também não parece explicar toda a história. O governo inverteu a mão e despejou uma série de incentivos para tentar reativar a economia. Esperava-se que esses estímulos tivessem surtido mais efeito.
Não surtiram. Os investimentos, principal entrave ao crescimento, começaram a recuar em 2011 e continuavam a cair no terceiro trimestre deste ano.
Desde então, alguns sinais de retomada despontaram, mas ainda tímidos. Isso faz com que os economistas, escaldados com as projeções frustradas em relação a 2012, falem de recuperação no ano que vem, mas cercada de pontos de interrogação.