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Análise crescimento

Menor produtividade do setor de serviços pode comprometer potencial do PIB

SILVIA MATOS ESPECIAL PARA A FOLHA

O setor de serviços é o mais importante da economia brasileira, com participação em torno de 70% do PIB, quando medido pelo valor adicionado. Ele também é responsável por cerca de 75% do emprego gerado no país.

Como é um setor muito heterogêneo, a sua mensuração é feita através de diversos indicadores, dificultando o seu acompanhamento sistemático, o que não ocorre com os outros setores que compõem o PIB, como a indústria e a agropecuária.

Nesse sentido, é muito bem-vinda a nova pesquisa do IBGE, Pesquisa Mensal de Serviços, a ser divulgada a partir do segundo semestre, que poderá auxiliar numa melhor avaliação desse importante segmento.

Mas, independentemente do aprimoramento das estatísticas, é importante constatar que os serviços têm perdido vigor nos últimos anos, como mostrado na carta do Ibre/FGV (instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) de dezembro.

A taxa média do crescimento acumulado em quatro trimestres foi de 4,5% entre o terceiro trimestre de 2004 e o mesmo período de 2010, recuando para 2,4% entre o terceiro trimestre de 2010 e igual período de 2012.

Além disso, parcela importante da menor expansão do setor de serviços é explicada pelo baixo crescimento da população ocupada, de 3,3 pontos percentuais no primeiro período para 1,7 no segundo.

E não parece que a desaceleração seja explicada pela baixa demanda. A inflação medida pelo IPCA dos serviços prestados às famílias (que representam aproximadamente 30% do setor nas Contas Nacionais, de acordo com cálculos do Ibre) acelerou nos últimos três anos. Em 2012, fechou em 8,7%, devendo ficar nesse patamar neste ano.

E, como todos os indicadores de mercado de trabalho mostram que há pouca ociosidade -a taxa de desemprego tem atingido valores mínimos históricos e a renda real vem crescendo fortemente-, existe um risco de a desaceleração desse setor ser também um problema estrutural associado à oferta e à produtividade da mão de obra.

Com relação ao primeiro problema, ele é relativamente novo, pois apenas recentemente a taxa de desemprego atingiu esses valores.

Já com relação ao segundo limitador, trata-se de um problema crônico, conforme abordado no livro "Desenvolvimento Econômico: uma Perspectiva Brasileira" [Organizadores: Samuel Pessôa, Fabio Giambiagi, Fernando Veloso e Pedro Cavalcanti Ferreira; ed. Campus].

Um exemplo: a produtividade nos serviços caiu 9% no Brasil entre 1950 e 2005, enquanto a da Coreia cresceu 123% no mesmo período.

Sem ganhos de produtividade nos serviços, o potencial de crescimento da economia brasileira ficará seriamente comprometido.


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