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Análise

Emprego só retomará rumo com crescimento da economia

O aumento do emprego na indústria de transformação pode sinalizar alguma recuperação

PRISCILLA TAVARES ESPECIAL PARA A FOLHA

Com o PIB baixo no ano passado, o resultado do Caged para fevereiro já era esperado. O saldo líquido de empregos formais gerados foi de 123.446, o pior resultado para o mês desde 2009.

As vagas que surgiram foram, sobretudo, dos setores de serviços, comércio e construção civil. Nesse sentido, não há novidade -são setores que já estavam aquecidos.

Por outro lado, o aumento do emprego na indústria de transformação pode sinalizar alguma recuperação.

O aumento de vagas na construção acontece devido ao fato de o mercado imobiliário estar aquecido desde o ano passado, quando muitos contratos foram assinados. Foi necessário contratar profissionais para honrar esses compromissos.

Esse setor pode continuar impulsionando novas contratações principalmente nas cidades onde haverá partidas da Copa do Mundo e no Rio de Janeiro, em razão dos Jogos Olímpicos.

Já as vagas do setor de serviços podem ser explicadas pelo aumento da renda dos brasileiros, que passaram a gastar parte dos seus salários em bem-estar, lazer e comodidade.

São Paulo foi o Estado com com o maior número de vagas criadas, o que pode ser explicado pelo fato de ser a unidade da Federação mais rica e a que concentra o maior número de empresas e de pessoas.

Não há indícios de um aquecimento da economia, tampouco do número de empregos gerados.

O Ministério do Trabalho, no entanto, continua otimista, ao dizer que esse resultado pode indicar uma reação do mercado de trabalho, e previu que neste ano serão criados 2 milhões de vagas formais.

Contudo, vale ressaltar que, para a criação de novos postos de trabalho, é preciso que a economia cresça, ou seja, o governo necessita deixar de estimular o consumo, que leva as famílias ao endividamento, e parar de adotar medidas paliativas, como a desoneração da cesta básica.

É necessário incentivar o crédito para as indústrias, reduzir o Orçamento, fazer a reforma tributária e investir em infraestrutura.

Por enquanto, não há dados substanciais que indiquem alta ou queda no número de empregos no Brasil.

É preciso esperar para ver que outras medidas o governo irá tomar para estimular a economia.

PRISCILLA TAVARES é pesquisadorada escola de economia da FGV-SP.


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