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União Europeia adia a adesão da Turquia

Países cedem à pressão alemã e empurram negociações para entrada de Ancara no bloco para depois de outubro

Motivo é a repressão do governo turco aos protestos; europeus querem garantias sobre direitos humanos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Diante da contestada atuação do governo turco para conter os protestos no país, os chanceleres da União Europeia decidiram adiar em cerca de quatro meses as negociações para a entrada da Turquia no bloco.

A proposta foi da Alemanha, que, junto com a Áustria e a Holanda, tem feito duras críticas à repressão policial contra as manifestações.

Na última semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar "chocada" com a atuação da polícia turca. O governo não gostou da interferência e acusou Merkel de querer usar o caso turco para fazer campanha eleitoral. Os embaixadores de ambos os países foram convocados para consultas.

Ontem, a UE cancelou a reunião que teria com os turcos hoje e bloqueou o diálogo até que seja divulgado um informe sobre direitos humanos na Turquia, em outubro.

As negociações para a entrada do país na UE tiveram início em 2005 --junto com a Croácia, que vai aderir ao bloco na próxima segunda-feira.

Do total de 35 "capítulos" --temas que devem ser acordados para a adesão--, 13 estão sendo atualmente discutidos e apenas um --sobre ciência e pesquisa-- foi fechado. Oito temas foram "congelados" por causa de disputas com Chipre.

Ontem, dezenas de milhares de pessoas saíram de novo às ruas de várias cidades turcas para protestar contra a morte de um manifestante de 26 anos pela polícia.

O jovem, que morreu em 13 de junho, ficou 12 dias em coma após levar um tiro na cabeça. O agente que fez o disparo se apresentou à polícia na última segunda, mas poderá aguardar o processo em liberdade.

Mais de 2.000 pessoas voltaram ontem à praça Taksim, em Istambul. No último sábado, a polícia havia novamente retirado os manifestantes do local.

Em meio aos novos protestos pelo país, a polícia prendeu pelo menos 20 suspeitos de ligação com "grupos terroristas", após uma busca em 30 endereços de Ancara.

BRASIL

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, repetiu ontem que as manifestações em seu país e no Brasil têm sido orquestradas por forças que querem evitar o crescimento dos dois países.

Durante discurso a membros do AKP, partido de Erdogan, ele sugeriu que o fato de os dois países terem saldado suas dívidas com o FMI (Fundo Monetário Internacional) despertou uma conspiração para minar o crescimento econômico de ambos.

No último sábado, Erdogan já havia dito que as "mesmas armadilhas" empregadas na Turquia têm sido usadas nos protestos do Brasil para desestabilizar o país.

"Eles estão se saindo melhor em alcançar no Brasil o que não puderam alcançar na Turquia", disse.


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