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EUA cancelam exercício militar com Egito

Decisão anunciada por Obama é reação à repressão da junta militar, que deixou ao menos 638 mortos no país

Presidente americano não mencionou, porém, nenhuma mudança na ajuda anual de US$ 1,5 bi enviada ao Egito

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O presidente americano, Barack Obama, anunciou o cancelamento dos exercícios militares entre os EUA e o Egito, previstos para setembro, como reação à repressão violenta da junta militar, que fez ao menos 638 mortos ontem em várias cidades do país.

"Nossa tradicional cooperação não pode continuar enquanto civis estão sendo mortos", afirmou. A operação militar entre os dois países acontece a cada dois anos.

Os EUA pediram a seus cidadãos que evitem viajar ao Egito e, aos que estiverem no país, que saiam de lá.

Ele não anunciou o cancelamento da ajuda financeira de US$ 1,5 bilhão que os EUA enviam anualmente ao país, principalmente em armamento americano, mas indicou que "outros passos poderiam ser tomados" se a violência persistir.

O presidente não usou a palavra "golpe" para se referir à derrubada de Mursi em 3 de julho _ pela lei americana, a ajuda financeira deveria ser interrompida após a ocorrência de um golpe.

Obama disse esperar esforços de "conciliação nacional" e o restabelecimento do respeito "às mulheres e às minorias religiosas". Ele criticou Mursi ("eleito democraticamente, mas que não fez um governo inclusivo") e disse que "milhões, talvez a maioria, de egípcios queriam uma mudança de curso".

Membro da Irmandade Muçulmana, Mursi ficou só um ano no poder, em uma gestão turbulenta, acusado de tentar oprimir minorias e de restringir liberdades civis.

Muitos militares hoje no poder fizeram parte da longa ditadura de Hosni Mubarak (1981-2011), apoiada pelos EUA --vários generais egípcios são treinados em academias militares americanas.

Mohammed ElBaradei, Prêmio Nobel da Paz, que aceitou ser vice-presidente do governo que sucedeu a derrubada de Mursi, renunciou diante da repressão.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que os militares que derrubaram Mursi "estavam tentando restaurar a democracia". O comentário foi considerado uma gafe até na Casa Branca.

O Conselho de Segurança da ONU fez reunião de emergência após pedido de França, Reino Unido e Austrália.

Maria Cristina Perceval, embaixadora na ONU da Argentina, país que exerce a presidência rotativa do Conselho, pediu ao governo egípcio e à Irmandade Muçulmana que "exerçam a máxima contenção e acabem com a violência".


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