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Na lama em Acapulco

Destino famoso do México vira inferno para 40 mil turistas, incluindo grupo brasileiro; chuvas matam ao menos 97

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

Famosa por receber celebridades e ser símbolo de glamour em meados do século passado, a mexicana Acapulco se tornou um pesadelo para um grupo de brasileiros, parte de cerca de 40 mil turistas que ficaram ilhados por causa de fortes chuvas.

Os efeitos da tempestade tropical Manuel entre sexta-feira e segunda-feira praticamente isolaram o balneário, hoje decadente.

Até ontem, havia 97 mortos, desaparecidos em deslizamentos e rastro de destruição de estradas e pontes.

O caos pegou de surpresa um grupo de idosos vindo de Manaus.

Quando a excursão coordenada pela guia Marcia Barbosa se preparava para deixar a cidade, na costa do Pacífico, viram os primeiros estragos da tormenta e foram obrigados a retroceder.

"Todos têm mais de 60 anos, e a situação se complica", disse Barbosa à Folha.

As 38 pessoas desse grupo, além de três estudantes que estão na cidade, procuraram o consulado brasileiro no país para pedir ajuda.

Os diplomatas brasileiros passaram a coordenar os trabalhos de traslado com funcionários mexicanos.

"A maior preocupação era com o grupo da terceira idade. Mas a informação que temos é que eles estão em um hotel que tem água potável, comida e médico", disse o embaixador brasileiro no México, Marcos Raposo Lopes.

Segundo Lopes, há uma promessa do governo mexicano de que o grupo seria trasladado para a Cidade do México entre ontem e hoje.

Como se trata de um grupo de idosos, a decisão foi esperar um avião para transporte de passageiros mais adequado --aeronaves militares e de carga estão sendo usadas para retirar turistas.

A guia Marcia Barbosa confirma que a situação está sob controle, mas relata a angústia de esperar para deixar a cidade --11.500 turistas o fizeram nos últimos dias.

O hotel em que estão tem água e comida suficientes, mas o banho é racionado, e só um dos quatro elevadores está funcionando de forma intermitente, um problema para os mais velhos.

As condições são, ainda assim, bem melhores do que a de turistas que enfrentam filas para comprar tudo. Com o crescente desabastecimento na cidade, autoridades reforçaram o policiamento anteontem para evitar saques, segundo a agência Reuters.

A chance de ir num dos voos grátis das Forças Armadas virou controvérsia, com relatos de grupos raivosos bloqueando a passagem de caminhões do Exército.

A suspeita era a de que as autoridades estivessem privilegiando passageiros ricos ou bem relacionados. Sob crítica, o governo do México diz que todos os protocolos de segurança têm sido seguidos.


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