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Ex-presidente de Honduras contesta derrota

Contra resultado das eleições presidenciais, que deu vitória estreita a direitista, Manuel Zelaya ameaça "ir às ruas"

Xiomara Castro, mulher de Zelaya, concorria ao pleito; observadores elogiaram processo eleitoral do país

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA

O ex-presidente Manuel Zelaya ameaçou ontem "ir às ruas" contra a "fraude" nas eleições em Honduras de anteontem, cujo resultado oficial indica derrota por pequena margem de sua mulher, Xiomara Castro, frente ao candidato direitista Juan Orlando Hernandez.

"Vamos defender o triunfo que tivemos nas urnas", disse Zelaya, que governou o país centro-americano de 2006 a 2009, quando foi deposto por um golpe. Ele depois se refugiou na embaixada do Brasil.

Sem poder concorrer, o esquerdista lançou Xiomara. "Se necessário, iremos às ruas", disse, num hotel, cercado por militantes.

O ex-presidente disse que não quer "nenhuma negociação" e que "não confia nas instituições de Honduras", controladas, segundo ele, pela "oligarquia". Inexperiente na política, Xiomara não apareceu em público ontem.

Após a coletiva, algumas dezenas de manifestantes marcharam em direção ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), sem incidentes.

Os principais argumentos do partido de Zelaya contra os resultados são uma pesquisa de boca de urna que indica uma vantagem apertada de Xiomara e a falta de apuração de cerca de 20% das atas eleitorais.

Com 62% dos votos contados, o governista Hernández tem 34,2%, contra 28,8% de Xiomara. O direitista também se declarou vencedor. Ontem, disse que "não negocia o triunfo com ninguém" e anunciou uma "comissão de transição".

Alguns países já reconheceram a vitória de Hernández, como Colômbia, Panamá e Guatemala. A principal surpresa foi a vizinha Nicarágua, governada pelo esquerdista Daniel Ortega, aliado fiel da Venezuela, de Nicolás Maduro. Já o governo brasileiro preferiu a cautela e não deve se pronunciar oficialmente até a conclusão da contagem dos votos.

Apesar das denúncias de fraude por Zelaya, missões de observadores da União Europeia, da Organização dos Estados Americanos (OEA) e dos Estados Unidos elogiaram o processo eleitoral.

A embaixadora americana em Tegucigalpa, Lisa Kubiske, disse que "foi um processo transparente, com os partidos políticos bem representados em quase todas as mesas".

O processo é visto como decisivo para que Honduras supere a crise política que foi gerada pelo golpe de Estado em 2009.

A eleição presidencial em Honduras é disputada em apenas um turno.

A votação de domingo também escolheu um novo Congresso, cujos resultados não foram divulgados até o fechamento desta edição, prefeitos e vereadores.


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