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Líder, fluente em português, já usa termos gaúchos
(FELIPE BÄCHTOLD) DO ENVIADO A CAXIAS DO SULVeterano entre os senegaleses de Caxias do Sul, Billy Ndiaye, 26, já usa expressões gaúchas como "bah" e é um dos poucos que falam português fluentemente.
Por isso, acaba requisitado o tempo todo por seus conterrâneos para ajudar em tarefas simples do dia a dia.
No início de dezembro, precisou intermediar pelo celular uma conversa entre um amigo e o vendedor de uma loja de informática, que não conseguiam se entender.
Sua tarefa mais importante, porém, é encaminhar seus conterrâneos para vagas de trabalho.
Com a facilidade na comunicação, ele negocia com empregadores e faz a ponte com os colegas senegaleses.
Na semana retrasada, por exemplo, ajudou um amigo a obter vaga temporária em um parque aquático na Grande Porto Alegre, onde já trabalham outros 20 senegaleses.
Ndiaye também ajuda quem acabou de chegar ao interior gaúcho a encontrar uma acomodação. "Eles me ligam, e eu ligo para outras pessoas para ver se tem vaga para ficar na casa deles", diz.
Ele está há três anos no Brasil e viveu um período em Passo Fundo, primeira cidade a ser destino na onda de migração no RS. Diz que a rede de ajuda formada por quem já está estabelecido facilita muito a vida dos imigrantes mais novos.
Quem chega ao Estado já tem um roteiro definido: encaminhar o pedido de refúgio à Polícia Federal, solicitar uma carteira de trabalho brasileira e elaborar um currículo em português.
"As pessoas no Senegal sabem que o Brasil está crescendo muito, que tem bastante serviço", afirma. Atualmente, Ndiaye não tem emprego fixo. Diz que pretende estudar e abrir negócio próprio.