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Amigo de Cristina vai à Justiça contra jornal

Empreiteiro que pagou R$ 5,3 milhões a hotéis da presidente quer sigilo sobre transações

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

O empreiteiro Lázaro Báez, que está sendo processado por lavagem de dinheiro, foi à Justiça para impedir que o jornal "La Nación" publique dados de pagamentos feitos por empresas suas a dois hotéis que Cristina Kirchner possui na Patagônia.

A associação de entidades jornalísticas diz que a censura prévia é inconstitucional.

O jornal revelou anteontem que, entre 2010 e 2011, sete empresas de Báez assinaram acordos confidenciais para alugar um terço dos quartos de três hotéis de Cristina na cidade. Com os pagamentos, que totalizaram mais de 14,5 milhões de pesos argentinos (R$ 5,3 milhões), as propriedades garantiram suas receitas, mesmo não tendo hóspedes na baixa temporada.

Por mês, as empresas de Báez pagavam o equivalente a 935 diárias ao hotel Alto Calafate --na baixa temporada, uma noite no local pode custa de US$ 173 a US$ 294.

O livro de contabilidade ao qual o "La Nación" teve acesso também mostra o pagamento de US$ 1 milhão a Néstor Kirchner, em 2010 --mesmo ano em que o marido e antecessor de Cristina morreu--, pelo aluguel do hotel Las Dunas. No papel, no entanto, esse hotel pertence a Báez.

A transação fez com que a oposição argentina voltasse a questionar a relação entre Báez e o casal Kirchner.

Para a deputada Elisa Carrió, da Unem, Néstor seria testa de ferro do empreiteiro. Ela entrou na Justiça com um pedido de investigação "de suposta lavagem de dinheiro da família Kirchner" e de Báez.

Báez é o dono da maior empreiteira de Santa Cruz, província dos Kirchner. A maioria das obras públicas na região nos governos de Néstor e Cristina Kirchner foi feita pelas firmas do empreiteiro.

O empresário se apresentou à Justiça anteontem e reconheceu a autenticidade dos recibos, mas alegou que se trata de informações privadas e que a divulgação desses dados gera lucros a terceiros.

Báez afirmou não ter cometido nenhum crime e disse que tomará as medidas judiciais cabíveis. Segundo ele, a divulgação pelo jornal é "violação de segredo fiscal".

O secretário-geral da Presidência, Oscar Parrili, confirmou que as negociações aconteceram e disse que são do âmbito privado. Ele atacou a mídia por querer "colocar em dúvida a legitimidade e a honestidade dos atos privados" do casal Kirchner.


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