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Republicanos evitam defender Christie
Cúpula do partido assume posição discreta por temer que haja novas denúncias contra governador de Nova Jersey
Embora esteja entre os presidenciáveis, ele não é o único nome com que a legenda trabalha para concorrer à Casa Branca
Em questão de dias, o Partido Republicano viu sua principal promessa para disputar a Casa Branca em 2016 se tornar uma presença incômoda para a legenda. Diante da série de escândalos envolvendo o governador de Nova Jersey, Chris Christie, nas últimas duas semanas, a cúpula republicana optou por não se arriscar em sua defesa, respondendo da forma discreta às acusações.
O principal temor do partido é que Christie não tenha revelado toda a verdade sobre seu envolvimento no "bridgegate" --como tem sido chamado o caso do bloqueio de uma ponte no Estado por razões políticas.
"Os republicanos estão cautelosos em apoiá-lo com medo de que alguma nova e desastrosa informação seja revelada mais para frente", disse o estrategista republicano Ron Bonjean à Folha.
Alguns poucos nomes do partido saíram em defesa de Christie. Talvez o mais influente deles, Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York, disse ter razões para acreditar no governador --que assegurou não saber da ordem da sua então vice-chefe de gabinete para o bloqueio da ponte como retaliação a um prefeito democrata.
No entanto, ele ponderou: "Se, por alguma razão, isso não for verdade, ele pôs sua carreira política em risco."
O presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, preferiu manter o foco sobre a resposta de Christie à crise. "Todos cometemos erros. A questão é: o que fazer quando os erros acontecem?", questionou.
Contribuiu para a defesa tímida o fato de Christie--apesar da liderança nas pesquisas-- não ser o único nome a ser trabalhado até 2016.
Outros republicanos considerados para a Casa Branca já tentaram capitalizar o mau momento do adversário.
"Ninguém gosta da ideia de que o governo seja usado contra alguém por razões políticas. A questão aqui é muito maior do que um congestionamento", disse Rand Paul, senador pelo Kentucky.
Analistas concordam que ainda é cedo para prever o impacto dos escândalos. "Ele ainda é um candidato viável, mas se estiver mentindo sobre o bridgegate', sua carreira política acabou", diz o estrategista Matt Bennett.
Uma pesquisa da CNN apontou, em dezembro, que Christie era o único republicano capaz de ultrapassar a democrata Hillary Clinton nas pesquisas, por 48% a 46%. Um levantamento da NBC/Marist, realizado após os escândalos, mostra Hillary com 50% e o republicano com 37% das intenções de voto.