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Abbas quer força da Otan em futuro Estado

Líder palestino diz ter feito a proposta ao secretário de Estado dos EUA; segurança regional é preocupação de Israel

Negociação gera atritos na coalizão israelense, e palestinos se negam a reconhecer Israel como Estado judaico

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, afirmou em entrevista ao jornal "The New York Times" ter proposto ao secretário de Estado americano, John Kerry, que haja uma presença militar da Otan em um futuro Estado palestino.

A ideia de que uma terceira parte seja responsável pela segurança ali, em vez de um Exército palestino, não é inédita, mas são raras as ocasiões em que Abbas fala à imprensa, em especial com detalhes sobre as negociações com os israelenses.

Durante sua conversa com a correspondente Jodi Rudoren, Abbas afirmou também que há a possibilidade de soldados israelenses permanecerem na Cisjordânia por até cinco anos, enquanto até então se discutiam três anos.

Além disso, o líder palestino disse que os assentamentos israelenses devem ser desfeitos nesse mesmo período.

A segurança regional é uma das principais preocupações da liderança israelense quanto à criação de um Estado palestino, durante as negociações de paz patrocinadas pelos EUA. O premiê Binyamin Netanyahu tem insistido em que só haverá acordo se houver a garantia de um Estado israelense seguro.

O plano de segurança deve fazer parte dos contornos que serão propostos pelo secretário Kerry para um acordo de paz, incluindo ainda o reconhecimento palestino de que Israel é um Estado judaico, outra questão polêmica.

Ao "New York Times" Abbas negou que irá aceitar o que a liderança israelense considera como o "caráter judaico" do Estado de Israel. "Isso está fora de questão."

"[Kerry] tem o direito de fazer o que quiser e, no fim [das negociações], nós temos o direito de dizer o que queremos", afirmou Abbas durante a entrevista, dando a entender que concorda com Netanyahu quanto ao fato de que o proposto pela administração americana não será necessariamente aceito.

COALIZÃO

Conforme avançam, as negociações de paz entre Israel e a liderança palestina têm causado atritos na coalizão do governo de Netanyahu.

Na semana passada, Naftali Bennett, ministro israelense da Economia, criticou o premiê afirmando que "nem nossos antepassados nem nossos descendentes irão perdoar o líder israelense que entregar a nossa terra e dividir a nossa capital".

Sua posição foi interpretada como uma crítica às propostas para a paz, que incluem a devolução de grande parte da Cisjordânia e a ideia de uma capital palestina em Jerusalém Oriental.

A mídia israelense foi tomada, após o discurso de Bennett, por relatos de como a fala teria desagradado ao premiê Netanyahu --que, por sua vez, teria ameaçado retirar o ministro da coalizão.

O premiê é pressionado também por outro aliado estratégico, o ministro das Finanças, Yair Lapid, que disse que o fracasso em negociar a paz com palestinos levará a um desastre econômico.


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