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Al Qaeda diz não ter ligações com grupo extremista na Síria
Em meio a confrontos entre rebeldes, rede terrorista tenta concentrar ataques a Assad
O comando-geral da rede terrorista Al Qaeda disse ontem que não tem ligações com o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, numa aparente tentativa de reafirmar sua autoridade sobre os divididos grupos de combatentes islâmicos na guerra civil da Síria.
"[A Al Qaeda] não tem uma relação organizacional com ele [o Estado Islâmico] e não é responsável pelas suas ações", afirmava mensagem do comando-geral da rede divulgada por sites extremistas.
A ação da Al Qaeda para se distanciar do cada vez mais independente Estado Islâmico fortalece a rival Frente al-Nusra como representante oficial da rede terrorista na Síria.
O objetivo da medida parece ser concentrar os esforços contra o ditador sírio, Bashar al-Assad, em vez de desperdiçar recursos em confrontos contra outros rebeldes num momento em que as forças do governo estão cada vez mais ativas no campo de batalha.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante tem entrado em confrontos com outros insurgentes islâmicos e com grupos rebeldes laicos, geralmente por causa de disputas de autoridade e território.
A violência entre facções rebeldes na Síria já matou ao menos 2.300 pessoas em 2014, conforme o Observatório Sírio para Direitos Humanos, que monitora o conflito.
Um comandante da Nusra no norte da Síria disse à agência Reuters que o comunicado da Al Qaeda significava que a posição da rede não era mais de neutralidade. "Agora nós vamos para a guerra contra o Estado Islâmico e vamos acabar com ele", disse, sob condição de anonimato.
O Estado Islâmico, no entanto, tem se mostrado forte. Anteontem, segundo o Observatório Sírio, seus combatentes libertaram mais de 400 pessoas de uma prisão no norte da Síria, prisioneiras de um grupo islâmico rival.
No leste, o Estado Islâmico teria tomado um campo de produção de gás da Nusra e de outros rebeldes islâmicos.