Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Colômbia investiga se espionagem foi legal
Promotoria não encontra provas de vigilância a negociadores do governo com as Farc
A Promotoria da Colômbia informou na noite de anteontem que ainda não tinha encontrado indícios da suposta espionagem aos negociadores do processo de paz com as Farc. O governo investiga se a operação ultrapassou os limites impostos pela Justiça.
O esquema foi revelado na segunda-feira pela revista "Semana". A publicação afirma que setores de inteligência militar monitoraram e-mails e aplicativos de trocas de mensagens de representantes do governo no diálogo com a guerrilha em Cuba.
As buscas da Promotoria começaram pelos computadores de um restaurante e escola de informática que era fachada para a espionagem.
No entanto, apenas 6 das 26 máquinas tinham vestígios do monitoramento, e nenhuma trazia informações sobre os negociadores.
Os investigadores afirmam que cerca de mil pessoas foram atingidas pela espionagem, mas não conseguiram determinar quem teve acesso às informações.
A hipótese mais provável é que tenham sido passadas diretamente à polícia e à Promotoria.
Pouco antes da divulgação do relatório, o presidente Juan Manuel Santos afirmou que a loja era um posto legal dos serviços de inteligência de que a Promotoria não tinha conhecimento.
"Se o promotor soubesse que o restaurante era uma fachada para a espionagem, ele não teria feito a apreensão."
O mandatário afirmou que os primeiros resultados da investigação devem ser revelados em 14 de fevereiro.
Na terça, Santos havia atribuído a espionagem a "forças obscuras" que estavam interessadas no fim do processo de paz com as Farc.
Já a guerrilha acusou o ex-presidente Álvaro Uribe, ex-aliado de Santos e que se opõe às negociações.