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Hillary 'invadiu' com Obama reunião do Brasil, diz biografia

Em 2009, presidente e secretária de Estado entraram em encontro dos Brics para o qual não haviam sido convidados

Episódio, narrado em novo livro sobre Hillary, aproximou democratas após acirrada disputa por nomeação em 2008

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Dezembro de 2009, fim do primeiro ano do governo Obama. O presidente dos EUA e a então secretária de Estado, Hillary Clinton, ainda tentavam estabelecer uma relação mais próxima após a acirrada disputa pela nomeação democrata no ano anterior, quando um episódio durante a Cop-15, conferência da ONU sobre mudança do clima, em Copenhague (Dinamarca), os tornou cúmplices.

Por iniciativa de Obama, ele e Hillary decidiram "invadir" uma reunião "secreta" entre Brasil, China, Índia e África do Sul --para a qual consideravam que deveriam ter sido convidados.

O caso foi revelado na nova biografia sobre Hillary, "HRC - State Secrets and the Rebirth of Hillary Clinton" (ainda sem título em português), dos jornalistas Jonathan Allen e Amie Parnes, lançada na última semana.

"Com Hillary como braço direito, Obama invadiu a reunião, pedindo para falar com os líderes dos quatro países. Cada um dos países estava se esquivando dos EUA em todos os níveis (...), e essa foi uma oportunidade de falar com todos de uma vez", diz o livro.

Segundo o texto, a entrada inesperada dos dois causou "agitação" entre os chefes de governo, ministros e funcionários responsáveis pela negociação dos quatro países que estavam presentes.

Um representante do governo chinês teria se manifestado, em mandarim, mas o intérprete hesitou em traduzi-lo. "Não sei o que ele está dizendo, mas não acho que seja: Feliz em vê-los, pessoal'", disse Obama.

À Folha uma pessoa familiarizada com o episódio confirmou o mal-estar, mas disse que não se tratava de uma reunião "secreta", mas um "encontro privado", para o qual os EUA --assim como os europeus ou o Japão-- não haviam sido convidados.

"Nós nos divertimos em Copenhague porque nós invadimos o encontro secreto", disse Hillary aos autores.

Independentemente de o resultado da conferência não ter sido satisfatório para os EUA, foi depois desse episódio que Obama e Hillary se tornaram "verdadeiros companheiros", segundo um funcionário da Casa Branca.

"Foi quando comecei a vê-los trabalhando juntos com mais naturalidade, não era mais aquela relação de formalidade", disse outra fonte da Presidência americana.

A biografia, que abrange o período da derrota de Hillary para Obama nas primárias democratas em 2008 até a sua saída do Departamento de Estado, no ano passado, mostra ainda como a principal aposta do partido para a Casa Branca em 2016 mantinha uma lista de "desafetos" na época da campanha.

Seus assessores alimentavam a lista com nomes de políticos e "notas" de 1 a 7 ""num ranking de apoio a Hillary. Os "sete" eram os menos "colaborativos" e incluíam nomes como o seu sucessor no Departamento de Estado, John Kerry (então senador).


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