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Crimeia tem choques violentos nas ruas

A sete dias do referendo, manifestantes partidários da Rússia e da Ucrânia acirram o clima de tensão na península

EUA, Europa e governo em Kiev discordam de consulta popular; Putin diz que autoridades pró-Rússia são 'legítimas'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Manifestantes partidários da Rússia entraram em confronto com ativistas pró-Ucrânia ontem em Sebastopol, cidade na região autônoma da Crimeia onde Moscou mantém uma base naval.

Cerca de cem homens armados com pedaços de madeira e tacos de beisebol atacaram agentes que faziam a segurança de manifestantes ucranianos durante a comemoração do 200º aniversário do poeta Taras Shevchenko.

A uma semana do referendo que decidirá se a Crimeia será ou não anexada à Rússia, no próximo dia 16, o conflito acirra o clima de tensão na Ucrânia.

Em Simferopol, capital da Crimeia, um grupo de homens uniformizados partidários da Rússia atirou contra um carro de ativistas do Maidan, o movimento opositor nascido na praça Independência, em Kiev. Os tiros atingiram a lataria do automóvel.

Outra tropa armada pró-Rússia tomou o controle de mais um aeroporto da Crimeia. Usando uniforme militar sem identificação, cerca de 80 soldados, apoiados por 50 civis, bloquearam a entrada do terminal próximo ao povoado de Saki e se posicionaram, com metralhadoras, ao longo da pista, afirmou à Reuters Vladislav Seleznyov, porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia.

Autoridades dos EUA, da Europa e da Ucrânia seguem dizendo considerar o referendo "ilegítimo".

Os EUA não vão reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia se residentes votarem pela integração, afirmou o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Tony Blinken. "A pressão que já exercemos em coordenação com nossos parceiros e aliados vai crescer. O presidente deixou muito claro ao anunciar nossas sanções. Isso é o primeiro passo e colocaremos em ação um mecanismo muito flexível para aumentar a pressão", afirmou.

Como forma de pressão, o Pentágono anunciou o envio de 12 caças F-16 e 300 militares dos EUA para a Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, sob o pretexto de ajudar a monitorar o espaço aéreo.

Na quarta-feira, o presidente Barack Obama e o premiê interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, vão se reunir em Washington, para buscar uma solução à crise. Yatseniuk assegurou que o país não cederá "nem um centímetro da terra ucraniana".

Sublinhando o rompimento com Moscou, o chanceler interino da Ucrânia, Andriï Dechtchitsa, firmou que o acordo comercial com a União Europeia, rejeitado pelo governo deposto, pode ser finalmente assinado nos próximos dias 17 ou 21.

POSIÇÃO RUSSA

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que as autoridades pró-Rússia da Crimeia são "legítimas".

Durante conversas telefônicas com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê britânico, David Cameron, Putin "ressaltou que as medidas adotadas pelas autoridades legítimas da Crimeia estão em conformidade com o direito internacional e visam proteger os interesses legítimos da população", informou o Kremlin em um comunicado.

A Rússia tem alertado que a situação na Ucrânia está fora de controle e que a população é alvo de violência desde a destituição do presidente Viktor Yanukovich e a chegada ao poder de líderes pró-Europa.

As autoridades da Crimeia anunciaram que negociarão com Kiev apenas sob a condição de haver mudança de poder na Ucrânia.

"As autoridades atuais absolutamente não são legítimas. Enquanto não saírem, não haverá diálogo algum", disse o presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, à TV local.


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