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G8 suspende a Rússia e cancela reunião após anexação da Crimeia
Medida foi tomada pelas principais potências ocidentais; bloco agora voltará a se chamar G7
Chanceler russo, Sergei Lavrov, minimiza decisões: "Não será um grande problema se cúpula não se realizar"
A Rússia foi suspensa ontem do G8, grupo que reúne sete das maiores economias do mundo mais a Rússia. A cúpula que seria realizada em junho naquele país, em Sochi, foi cancelada. Outra cúpula, sem a presença do presidente russo Vladimir Putin, acontecerá em junho em Bruxelas (Bélgica).
A decisão aconteceu em uma reunião de emergência do G7, convocada pelos EUA, paralelamente a uma cúpula de segurança nuclear com 52 líderes mundiais em Haia (Holanda).
Depois de algumas sanções econômicas e financeiras, o presidente americano Barack Obama foi a Haia com o objetivo de convencer seus colegas a suspender a Rússia e pedir especialmente aos europeus que aumentassem as sanções contra Moscou, como represália à invasão da Ucrânia e à anexação da Crimeia.
Em declaração conjunta assinada pelos líderes do G7 em Haia, o grupo diz que "as ações da Rússia terão consequências significativas" e que "as leis internacionais proíbem a aquisição de parte ou totalidade de territórios de outros Estados por coerção ou uso de força".
Desde 1998, a Rússia foi convidada a participar das reuniões do G7, transformando o grupo em G8.
"Neste contexto político, o G8 não existe mais, como formato ou como cúpula", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, uma das líderes ocidentais com maior trânsito com Putin --ela fala russo e cresceu na antiga Alemanha Oriental, onde Putin, que fala alemão, viveu vários anos como diretor da KGB.
A reunião em Sochi era especial para Putin --o presidente russo investiu US$ 52 bilhões no local às margens do Mar Negro para a última Olimpíada de Inverno, no mês passado, que serviu como ícone da reemergência russa no cenário internacional.
Presente em Haia para a outra cúpula, o chanceler russo Sergei Lavrov tentou dar pouca importância à decisão. "Se nossos parceiros ocidentais acreditam que este formato está esgotado, nós não fazemos questão deste formato. Não será um grande problema se a cúpula não se realizar", disse à imprensa.
"Estamos unidos em apoiar a Ucrânia e impor custos às ações da Rússia", discursou Obama horas antes da decisão, diante do quadro "A Ronda Noturna", uma das obras-primas do mestre holandês Rembrandt.
Enquanto as lideranças mundiais expressavam apoio à Ucrânia, mais uma base militar na Crimeia era tomada por tropas russas no território agora anexado à Rússia.
O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, determinou ontem a seu Ministério da Defesa a retirar as tropas ucranianas ainda na Crimeia diante da escalada russa.