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Acre vai fechar abrigo para imigrantes
Cerca de 1.500 haitianos e senegaleses que chegaram a Brasileia serão levados para alojamento em Rio Branco
Secretário diz que governo federal fará hospedagem em SP; ministérios não confirmam construção
O governo do Acre decidiu fechar o abrigo de Brasileia, na fronteira com a Bolívia e o Peru, usado para acomodar imigrantes haitianos e senegaleses que entram no Brasil.
No último domingo, a Folha mostrou que mais de 1.500 pessoas moravam no local em situação degradante, com esgoto a céu aberto, ausência de banheiros e de água potável para consumo.
O secretário de Direitos Humanos, Nilson Mourão, disse que a superlotação no abrigo foi agravada pelo bloqueio da BR-364, principal acesso terrestre do Estado, devido à cheia do rio Madeira.
Agora, os imigrantes passarão a receber os primeiros auxílios em Rio Branco, para onde os que estão em Brasileia devem ser transferidos até amanhã.
Segundo Mourão, o abrigo foi fechado porque a situação em Brasileia e na vizinha Epitaciolândia é "insustentável".
"O governo entende que a população desses municípios já deu sua contribuição. Somos gratos por, nesse período, não ter ocorrido nenhum ato de xenofobia."
Brasileia chegou no início desse mês a abrigar 2.600 estrangeiros, o equivalente a 18% da população urbana. Na semana passada, o Acre já conseguiu retirar de seu território 1.450 estrangeiros em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).
NOVO ABRIGO
Os imigrantes serão levados para o mesmo local usado pela prefeitura de Rio Branco para convenções e para abrigar famílias desalojadas pela cheia do rio Acre.
O abrigo terá banheiros químicos e água potável, além de um posto da Polícia Federal para emissão de documentos. A intenção é mantê-los no local até maio.
No período, os imigrantes que chegarem ao Brasil serão orientados em Brasileia a seguir para Rio Branco, a 340 km de distância da fronteira.
Nilson Mourão disse que, depois, eles serão transferidos para um abrigo que será construído pelo governo federal em São Paulo. O local será controlado pelos ministérios da Justiça e do Desenvolvimento Social.
Procurados pela Folha, os dois ministérios não se pronunciaram até o fechamento desta edição.