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Itamaraty protela apuração sobre fuga

Relatório sobre conduta do diplomata Eduardo Saboia foi entregue no fim de maio, mas ministério evita se posicionar

Funcionário coordenou fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, que havia se asilado na embaixada

FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

Há pouco mais de dois meses, a comissão de sindicância que apura a conduta do diplomata Eduardo Saboia concluiu seu relatório sobre o episódio, mas desde então o Itamaraty não se posicionou sobre o caso.

O servidor é alvo de investigação por ter coordenado, sem aval de Brasília, a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil, em agosto do ano passado. O político estava havia 15 meses asilado na embaixada brasileira em La Paz.

A viagem gerou uma crise na diplomacia e diversos desdobramentos: Antonio Patriota deixou o cargo de chanceler, o então chefe em La Paz, embaixador Marcel Biato, perdeu a indicação para assumir a representação na Suécia e Saboia passou a ser alvo de uma investigação.

A comissão foi criada no final de agosto do ano passado e é integrada por três servidores --dois embaixadores e um auditor da Receita Federal. Após sucessivas prorrogações, o trabalho foi concluído oficialmente no final de maio.

No entanto, o presidente da comissão informou à defesa de Saboia que o relatório foi concluído ainda em abril. Desde então, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo ainda não tomou uma decisão.

O cuidado é para evitar maior desgaste com o episódio e críticas externas num período mais sensível, de disputa eleitoral. A avaliação dos envolvidos é que o grupo sugeriu algum tipo de punição à Saboia.

Esse também é o sentimento de Figueiredo. Segundo a Folha apurou, ele se mostrou irritado com a sucessiva exposição do diplomata na mídia, em diversas entrevistas em defesa da decisão tomada na época. A legislação não impõe um prazo para a decisão do ministro.

Saboia pode receber uma advertência, ser suspenso por 30 dias ou se tornar alvo de um processo administrativo disciplinar --que, em última instância, pode gerar a demissão do diplomata. O advogado de Saboia, Ophir Cavalcante, afirma que em qualquer um desses cenários, irá recorrer à Justiça.

Ele ainda reclama da demora da conclusão do caso: "Não há sentido, a não ser o objetivo de querer punir o ministro, porque ele continua com essa pendência funcional. A carreira dele paralisou por conta desse processo".

Cinco dias após o ingresso do senador boliviano no Brasil, Saboia foi removido da embaixada em La Paz e retornou a Brasília.

Biato também despacha na sede do ministério.

Com a saída do comando do Itamaraty, Patriota assumiu a função que antes era de Figueiredo. Desde o ano passado é representante do Brasil na Organização das Nações Unidas, em Nova York.


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