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Depoimento

Show do grupo que mudou o humor foi milagre improvável

ANDRÉ LAURENTINO ESPECIAL PARA A FOLHA

Chega de Copa. Agora, o Monty Python ao vivo ("ou quase", como eles acrescentam ao título do espetáculo).

Consegui meu ingresso. Deus seja louvado.

Os septuagenários reencenaram esquetes como o do papagaio morto, do homem que compra minutos de discussão e outros. Enquanto mudavam de roupa ou respiravam, entre um quadro e outro, havia musicais e animações de Terry Gilliam. O próprio, aliás, estava no palco.

Quem também apareceu em homenagem foi Graham Chapman (1941-1989). Sua cabeça foi a primeira imagem exibida no telão, para depois ser chutada por um desenho de Terry como bolinha de pinball. O grupo está afiado.

A única vez que ouvi uma crítica ao Monty Python foi no seriado "Family Guy", em que um personagem ameaça deixar o outro preso num sótão ouvindo esquetes do grupo inglês. "Só os piores", diz.

Ri constrangido. Todos sabemos que havia, de fato, piadas sem graça. Mas, por respeito, ninguém comentava. Só o humor pode avacalhar o sagrado, mesmo que a vaca santa seja o próprio humor.

Nesta terça (1º), no entanto, o clima era de franca tietagem. Os homens que mudaram o caminho do humor não tinham motivo para se reunirem outra vez. Foi um milagre improvável.

Há um ano, num programa da BBC, vi Michael Palin tomando cerveja em Olinda. Era meu sonho de adolescente ciceronear os Pythons em Olinda. Jamais imaginei que um deles iria ao meu bar. Tampouco imaginei encontrá-los um dia, em Londres. Foi hoje. Deus é engraçado.


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